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2 meses após morte de Marielle, Anistia Internacional cobra respostas

Nesta segunda-feira, completam-se dois meses desde que a vereadora do PSOL e seu motorista foram mortos no Rio de Janeiro

Marielle: ela era defensora de direitos humanos, ativista dos movimentos LGBTI e das favelas, negra e bissexual (Lucas Landau/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de maio de 2018 às 06h34.

Última atualização em 14 de maio de 2018 às 06h39.

Rio - Para marcar os dois meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes (em 14 de março), a Anistia Internacional divulgou um comunicado em que renova a pressão sobre as autoridades de segurança para que o caso seja solucionado.

O comunicado traz declarações da diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, mas também dos pais e da irmã da vereadora.

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"A cada dia que se passa as chances de que um caso de homicídio seja resolvido diminui. Não podemos deixar que o assassinato de Marielle fique sem resposta porque a impunidade alimenta o ciclo de violência. É muito importante que a mobilização das pessoas seja cada vez maior. Isso é fundamental para a resolução deste caso", disse Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil.

"Acreditamos na seriedade do trabalho que tem sido feito na investigação, e esperamos que isso permaneça até obtermos uma resposta concreta. Não é uma resposta para família somente, mas para o mundo inteiro. E a luta tem que continuar", afirma Marinete da Silva, mãe de Marielle.

"Sem pressão, não haverá solução. A mobilização das pessoas foi fundamental para que o mundo tomasse conhecimento da execução de Marielle, que chocou a todos e ainda causa dor todos os dias. Mas precisamos continuar cobrando os responsáveis pela investigação do crime. Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? Estas perguntas não Podem ficar sem respostas", defende a diretora-executiva da Anistia Internacional.

Marielle era defensora de direitos humanos, ativista dos movimentos LGBTI e das favelas, negra e bissexual. Aqueles que matam defensores de direitos humanos querem silenciar sua voz, desmobilizar sua luta e gerar um processo mais amplo de medo e silenciamento.

Deixar o homicídio de uma defensora de direitos humanos sem resposta é abrir a porta para outros episódios de violência contra outros defensores e defensoras de direitos humanos, ativistas e lideranças comunitárias.

"Enquanto tivermos forças iremos exigir justiça ocupando as ruas e espaços públicos. Minha irmã era resistência, e é assim que iremos até o final", coloca Anielle, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco.

"Ela era destemida. Ela nunca se escondeu. Ia de cara limpa e na frente. Ela era muito raçuda e corajosa. Quem a matou fez o oposto. Não colocaram a cara. Se esconderam. São 60 dias de um vazio sem fim", afirma o pai de Marielle, Antonio Francisco da Silva Neto.

"Temos nos mobilizado para que as autoridades não deixem de dar a resposta que toda sociedade, não apenas no Brasil, mas em todo mundo, precisa: Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? Não descansaremos até que este assassinato seja esclarecido.Convocamos todas as pessoas a assinar nossa ação-urgente pedindo uma investigação imediata, completa, imparcial e independente sobre o caso", aponta a diretora-executiva da Anistia Internacional.

"No mês passado, pressionamos as autoridades responsáveis pelo Twitter e a hashtag #MarielleFranco chegou a ficar em 3º lugar dos tópicos mais comentados no Brasil. Agora é fundamental que todos assinem a ação-urgente. E para as mais de 12.000 pessoas que já assinaram a ação, compartilhe o link com seus amigos e familiares para que a mobilização se torne ainda maior. ", conclui Jurema Werneck.

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