14 coisas que aconteceram enquanto Cunha atrasa seu processo
Enquanto Eduardo Cunha é investigado por quebra de decoro após ter mentido na CPI da Petrobras ao negar que tinha contas no exterior, muita coisa aconteceu
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2016 às 18h49.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h16.
Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é investigado no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar após ter mentido na CPI da Petrobras ao negar que tinha contas no exterior, muita coisa aconteceu. O impechment da presidente Dilma Rousseff avançou, pela primeira vez um parlamentar foi preso durante o mandato, Leonardo DiCaprio ganhou o Oscar e o Brasil viveu um surto de dengue, zika e chikungunya. Nesta segunda-feira (25) acaba o prazo para o Conselho analisar o processo que pode levar à cassação de Cunha, que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. O processo contra o deputado no Conselho de Ética já é o mais longo da história da Câmara dos Deputados. No último dia 19, ele completou 168 dias e superou o do deputado Luiz Argolo, do Solidariedade, cassado em outubro de 2014 pelo envolvimento em atividades ilícitas com o doleiro Alberto Youssef. Manobras articuladas por aliados do peemedebista têm sido responsáveis pela lentidão nas discussões. Instaurado em 3 de novembro, o processo tem até 90 dias legislativos para ser concluído. Após essa data, o colegiado fica impedido de analisar outros assuntos. A expectativa do relator, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), é que o parecer seja lido na segunda quinzena de maio. Confira algos fatos que aconteceram no País enquanto o processo de Cunha está no Conselho:
Em 17 de abril, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou por 367 votos a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. As discussões começaram no dia 15, quando a Casa teve a sessão mais longa da história, com quase 43 horas. O início do processo, em 2 de dezembro, quando Cunha aceitou a denúncia também começou após o Conselho iniciar a análise contra o peemedebista.
A fim de separar manifestantes pró e contra impeachment no dia da votação no plenário da Câmara, o governo do Distrito Federal montou um muro dividindo a Esplanada dos Ministérios. A estrutura foi alvo de críticas e virou espaço para manifestações.
Após 13 anos como aliado do PT, o PMDB, maior partido do País, rompeu com o governo em uma reunião de 3 minutos em 29 de março. O vice-presidente, Michel Temer, acelerou desde então as articulações para assumir o comando do País. Em dezembro, vazou uma carta em que o peemedebista reclama de ser o “vice decorativo”. Após a debandada do PMDB, PP e PSD também deixaram a base.
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva tomou posse como ministro da Casa Civil em 17 de março. Um dia depois, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a nomeação. O caso aguarda julgamento na Corte. Na véspera da posse de Lula, áudios de conversas do ex-presidente foram vazados. Em um diálogo com a presidente Dilma, a petista afirma que a nomeação de Lula ser usada “em caso de necessidade”. A expressão foi interpretada por alguns juristas como obstrução à Justiça.
Também em março, Lula foi alvo de condução coercitiva da Polícia Federal. Ele foi obrigado a prestar depoimento sobre a na investigação que apura se empreiteiras favoreceram Lula por meio de um tríplex no Guarujá.
Após uma década longe do Brasil, os Rolling Stones tocaram no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro em 20 de fevereiro. No mês seguinte foi a vez do Maroon 5 e em abril do Coldplay.
Pela primeira vez no País, um parlamentar foi preso durante o mandato. O então senador Delcídio Amaral (sem partido - MS) foi detido em 25 de novembro sob suspeita de interferir nas investigações da Lava Jato. De acordo com delação do ex-petista vazada em 3 de março, a presidente Dilma teria atuado para evitar a prisão de empreiteiros.
As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti levaram pelo menos seis unidades da Federação a declararem estado de emergéncia. Em 1º de feveriro, a Organização Mundial da Saúde decretou "estado de emergência sanitária mundial”. O papa Francisco chegou a indicar uso de contraceptivo devido à relação do zika vírus com a microcefalia.
Em meio à crise política, deputados aprovam em 8 de maio projeto que libera a “pílula do câncer”, como a fosfoetanolamina sintética ficou conhecida. A substância não é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Após aval do Senado, a proposta foi sancionada pela presidente Dilma.
Planilha da empreiteira Odebrecht divulgada em 23 de março mostrou repasses da empreiteira a 316 políticos de 24 partidos. Com nomes de oposição e governo, a relação continha apelidos. Cunha era chamado de “carangueijo” enquanto o chefe de gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner, recebeu a alcunha de “passivo”.
Em sua quinta indicação ao Oscar, o ator Leonardo DiCaprio venceu em 28 de fevereiro o prêmio de melhor ator pelo filme O Regresso. Durante a cerimônia, a atriz Glória Pires ganhou destaque ao evitar comentar as indicações. “Não sou capaz de opinar.”
Em dezembro, a agência de classificação de risco Fitch tirou o selo de bom pagador do Brasil devido à crise econômica e política. Em fevereiro, foi a vez da Moody’s e da Standard & Poor's cortarem a nota de crédito do País.
Em 21 de dezembro, incêndio destruiu parte do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo. Uma bombeiro que trabalhava no local teve uma parada cardiorespiratória e não resistiu.
Após estudantes ocuparem escolas em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuou no processo de reorganização no início de dezembro. A mudança previa o fechamento de mais de 90 escolas e a afetaria cerca de 300 mil estudantes.
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