EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313
GOV. MT 500X313
Logo Engie preto
btgpactual-advisors_fc7f32

Broca na cana-de-açúcar: Cada 1% de infestação reduz de 1% a 2% rendimento do etanol por hectare

Pesquisa aponta que perdas anuais são da ordem de R$ 8 bilhões

Publicado em 7 de julho de 2024 às 06h15.

Última atualização em 7 de julho de 2024 às 09h20.

Um estudo realizado pela professora Márcia Mutton, da Unesp (Universidade Estadual Paulista, campus de Jaboticabal), em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), trouxe novos dados sobre o impacto da broca da cana-de-açúcar na produção de cana, etanol e açúcar.

A cada 1% de infestação de broca ocorre uma redução da ordem de 0,96 a 2,06% no rendimento de etanol por hectare e de 0,43 a 1,97% na produção de açúcar por hectare , em função da variedade avaliada, revela o estudo.

Presente em todas as regiões canavieiras do Brasil, a broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) causa perdas estimadas em R$ 8 bilhões/ano , considerando danos nas lavouras e no processo industrial.

Esses resultados confirmam os elevados prejuízos que essa praga causa no processamento industrial e que poderiam ser evitados se o setor conseguisse colher um canavial com menor nível de danos”, diz a professora da Unesp.

A Intensidade de Infestação Final da Broca – índice que mede a infestação residual da praga nos canaviais após o seu controle químico e/ou biológico – permanece quase inalterada, de acordo com as informações do Benchmarking CTC. Isto demonstra a baixa eficiência dos métodos tradicionais de controle, que dependem, entre outros fatores, das condições climáticas ideais e do momento correto da aplicação, para terem um funcionamento satisfatório.

Variedades geneticamente modificadas como solução

Desde 2017, o CTC oferece variedades de cana geneticamente modificadas (BT), que são a solução mais eficaz para a mitigação desse problema.

“O controle da praga com o uso dessas variedades é superior a 95%, o que representa um grande diferencial em relação aos métodos de controle convencionais, entregando uma cana livre de broca”, diz Luiz Antonio Dias Paes, diretor comercial do CTC. Dessa forma, a usina apresenta maior rendimento de etanol na indústria e maior produtividade de açúcar no processo industrial, uma vez que reduz a concentração de cinzas, amidos e compostos fenólicos totais, aumentando a qualidade do açúcar produzido (baixas colorações Cor ICUMSA).

A cana BT está presente em mais de 180 usuários entre usinas e fornecedores que juntos são responsáveis por cerca de 60% da moagem nacional.

“O avanço na utilização e ampliação das áreas de cultivo com a biotecnologia são ferramentas fundamentais para elevarmos a produtividade e competitividade do setor sucroenergético, sempre focando na sustentabilidade e rentabilidade do setor”, diz Paes, do CTC.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaCana de açúcar

Mais de EXAME Agro

Na JBS, estudo mostra que recuperação de pastagens pode reduzir emissões e melhorar carne brasileira

Mapa retira 11 marcas de azeite de circulação; veja quais

Após pressão, União Europeia adia em 12 meses a implementação da lei 'antidesmatamento'

"Sem segurança hídrica, os sistemas alimentares estão em risco", analisa subdiretor da FAO