Agro no franchising: como esta empresa de insumos do Mato Grosso planeja faturar R$ 120 milhões
Com um faturamento de R$ 52 milhões no ano passado e mais de 400 clientes em todo o Brasil, a companhia vê no lançamento do sistema de franquias a chave para o sucesso futuro
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 19 de julho de 2024 às 08h00.
Se "navegar é preciso", como escreveu o escritor Fernando Pessoa, são em águas turbulentas que a Naval Fertilizantes, empresa matogrossensse especializada em produtos biológicos, nutrição e tecnologia de aplicação, prefere, segundo o CEO, Luís Fernando Schiavo.
Criada em 2014 com o nome de Global Agro do Brasil, em Campo Novo do Parecis (MT), a ecompanhia nasceu com uma carteira de mais de 40 clientes e um faturamento de R$ 5 milhões. Foi em 2017, com investimento em em mentorias, equipe de gestão, além de viagens e participações internacionais em feiras e eventos no setor, que a empresa começou a deslanchar, afirma Schiavo.
Em novembro de 2023, a companhia se reposicionou, mudou de nome para Naval Fertilizantes e deu início na preparação para o franchising. Com um faturamento de R$ 52 milhões no ano passado e mais de 400 clientes em todo o Brasil, a empresa projeta um crescimento para R$ 120 milhões em 2024– oempreendedor vê no lançamento do sistema de franquias a chave para alcançar esse montante.
O modelo de negócios desenvolvido pela Naval Fertilizantes é focado em vendedores que já atuam com sucesso no segmento do agro e desejam ir além, diz o CEO. A rede conta com três formatos: Pleno, a partir de R$ 83.100,00; Sênior, a partir de R$ 120.500,00, e o Master, a partir de R$ 138.500,00. A expectativa é de que a empresa de insumos encerre a safra 2024/25 com 100 franquias – em cinco anos, a meta é chegar a mais de mil unidades, em todas as regiões agrícolas do país.
"O processo de franquia não é muito diferente do processo de contratação. Estou conversando com pessoas porque, há dez anos, busquei franquias e quero encontrar bons vendedores, aqueles que já possuem carteira de clientes. É importante que o cliente não compre apenas um produto, mas também confie na pessoa que está oferecendo", diz Schiavo.
No ano passado, as entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro cresceram 11,6% em relação a 2022, o que totalizou 45,82 milhões de toneladas, de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Além disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que haverá um aumento global na produção de alimentos no biênio 2026/27, o que deve aumentar a procura por insumos.
"Mesmo após a forte expansão de 2022, os dados ratificam a força expansionista do setor de franquias de forma mais ampla por todo o Brasil, de forma descentralizada e associada particularmente à economia do agronegócio, do turismo", diz Tom Moreira Leite, presidente da Associação Brasileira de Franquias (ABF).
Empreendedorismo no agro
Schiavo costuma se definir que como um empreendedor que "transformou sua realidade ao fundar a Naval Fertilizantes". Natural de Três de Maio, no Rio Grande do Sul, sua trajetória profissional incluiu experiências em vendas e no setor agrícola, levando-o a vender máquinas e defensivos agrícolas.
Com 55 funcionários, a empresa tem uma filial em Sorriso (MT) que conta com setor administrativo e estoque. Também há uma filial em Sinop, equipada com administrativo e vendedores, e outra no Castelo dos Sonhos, no Pará, que possui um administrativo. Ao todo, são três filiais.
Além disso, existem centros de distribuição em Diamantino e Tangará da Serra, ambos no Mato Grosso. Uma nova filial está prevista para ser inaugurada nos próximos dias em Canarana (MT), com toda a estrutura administrativa. Com a expansão da franquia, serão montados vários centros de distribuição em diferentes locais do Brasil, incluindo Minas Gerais e Goiás.
Para Schiavo, é preciso entender a realidade do produtor rural e suas peculiaridades como forma de estratégia. "O agricultor tem uma visão única e acredita que todos devem agir como ele, levantando às quatro da manhã. No entanto, essa abordagem não é realista, especialmente nos dias de hoje", diz o empreendedor.