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A estratégia de R$ 41 milhões da Geo bio gas&carbon para aumentar a produção de biometano no Paraná

Unidade de Tamboara (PR) produz biogás durante os 12 meses do ano, com uma produção anual de cerca de 16 milhões de m³

(Geo bio gas&carbon/Divulgação)
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 28 de outubro de 2024 às 11h38.

A Geo bio gas&carbon , empresa produtora de biogás, recebeu um investimento de R$ 37,6 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ampliar sua produção de biometano na unidade de Tamboara, no Paraná. O anúncio foi feito pelo banco de fomento nesta segunda-feira, 28. O projeto total está estimado em R$ 41 milhões.

A unidade de Tamboara, inaugurada em 2012, foi a primeira planta de produção comercial de biogás em larga escala no Brasil, processando resíduos da produção sucroenergética, como torta de filtro, vinhaça e palha.

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Historicamente, quase todo o biogás produzido na unidade era direcionado para a geração de energia elétrica. Com a conclusão do novo projeto, a maior parte do biogás será destinada à produção de biometano.

Para transformar o biogás em biometano, o processo passa por um “upgrade” que remove outros gases, principalmente CO₂, aumentando a concentração de metano (CH₄) e atendendo ao padrão de biometano estabelecido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Atualmente, a unidade de Tamboara produz biogás durante os 12 meses do ano, com uma produção anual de cerca de 16 milhões de metros cúbicos normais, gerando aproximadamente 21 mil MWh de energia elétrica, 53 mil toneladas de biofertilizantes sólidos e 1 milhão de metros cúbicos de biofertilizantes líquidos.

“O apoio do BNDES foi determinante para a implementação dessa usina [...] e contribui  para a transição energética e para o cumprimento das metas de descarbonização estabelecidas pela Lei do Combustível do Futuro. O aumento da oferta de biometano também permitirá ampliar a distribuição de gás renovável no interior do país”, afirmou o CEO da companhia, Alessandro Gardemann.

Com os novos investimentos, a empresa espera aumentar sua capacidade de produção de biometano de 70 Nm³/h para até 1.500 Nm³/h e de biogás de 1.750 Nm³/h para até 3.500 Nm³/h. Um diferencial da unidade é a produção contínua de biometano ao longo do ano, independentemente de safra ou entressafra.

A planta opera com uma tecnologia de biodigestão anaeróbica que permite processar torta de filtro e outros resíduos sólidos, os quais podem ser armazenados sem perder suas propriedades orgânicas. Isso assegura um fornecimento contínuo de gás ao longo do ano.

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Combustível do Futuro

De janeiro a outubro de 2024, as aprovações de crédito do BNDES para o setor de biocombustíveis  totalizaram R$ 3,9 bilhões, marcando a segunda maior cifra da série histórica que começou em 2005. O recorde permanece em R$ 4,5 bilhões, registrado em 2010.

Na semana passada, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei do Combustível do Futuro. A nova legislação estabelece que o percentual de mistura de etanol na gasolina será fixado em 27%, com o Poder Executivo podendo ajustá-lo entre 22% e 35%, de acordo com as condições de mercado – atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18%.

No caso do biodiesel, a mistura atual de 14%, que está em vigor desde março deste ano, será aumentada gradualmente a partir de 2025, com acréscimos de 1 ponto percentual ao ano, até atingir 20% em 2030.

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