Cardeal relacionado a pedofilia participará de escolha
Segundo as acusações, após as denúncias das famílias das vítimas, a igreja fez de tudo para atrasar a detenção, e assim foi possível a Aguilar Rivera fugir para o México
Em 2007, a igreja católica americana indenizou mais de 500 vítimas em US$ 660 milhões, no total, após um acordo extrajudicial (Getty Images)
17 de fevereiro de 2013, 12h22
Cidade do Vaticano- Roger Mahony, cardeal e ex-arcebispo de Los Angeles, em cuja gestão ocorreram centenas de casos de abusos de menores por parte de sacerdotes, estará no conclave que vai eleger o novo papa, assim como em 2005, na escolha de Bento XVI.
O jornal italiano 'La Repubblica' informa neste domingo que a associação americana 'Catholics United' pediu para que o cardeal não participe da eleição do novo pontífice, como também o fizeram representantes de vítimas dos casos de padres pedófilos como Kristine Ward, da 'National Survivor Advocates Coalition'.
O cardeal Mahony não denunciou às autoridades alguns dos casos de abuso sexual de sacerdotes ocorridos há várias décadas, e por isso foi suspenso de suas funções na arquidiocese de Los Angeles pelo arcebispo José Gómez.
Após o anúncio de renúncia de Bento XVI, que será efetivado em 28 de fevereiro, Mahony qualificou o papa como um 'extraordinário sucessor de João Paulo II' e manifestou sua intenção de participar da eleição do próximo pontífice.
'Planejo viajar em breve a Roma para agradecer pelo serviço que prestou à igreja Bento XVI e participar da eleição' de seu sucessor, acrescentou em comunicado.
Com isso, gerou-se uma polêmica, já que o cardeal terá que testemunhar antes de viajar a Roma, em 23 de fevereiro, pelo caso de abusos por parte de padres da arquidiocese que administrava.
Mahony terá que responder aos advogados das vítimas - em particular no caso do padre Nicolás Aguilar Rivera, da arquidiocese de Los Angeles, que após as denúncias de algumas das vítimas fugiu ao México, seu país de origem.
Segundo as acusações, após as denúncias das famílias das vítimas, a igreja fez de tudo para atrasar a detenção, e assim foi possível a Aguilar Rivera fugir para o México, sendo supenso tempos depois.
Esta não é a primeira vez que o cardeal americano declara em processos legais por casos de pedofilia, mas no próximo dia 23 o fará depois que a arquidiocese de Los Angeles revelou documentos confidenciais relativos a cerca de 120 padres acusados de abusos sexuais.
Nesses relatórios, se dizia que a atuação de Mahony esteve marcada pela proteção aos sacerdotes acusados e por sua intenção de evitar que os casos fossem divulgados.
Em 2007, a igreja católica americana indenizou mais de 500 vítimas em US$ 660 milhões, no total, após um acordo extrajudicial.
A ira das vítimas cresceu nos últimos dias depois que o arcebispo José Gómez, que substituiu Mahony à frente da arquidiocese, pediu orações pelo cardeal por sua participação no conclave, que será realizado em março. EFE
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