Yahoo fica mais caro do que a Microsoft se propôs a pagar
Preço do site de buscas subiu mais de 60% em uma semana, sinal de que os acionistas apostam numa melhora da oferta de compra
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h35.
Num sinal de que os acionistas esperam por ainda mais valorização dos papéis do gigante tecnológico Yahoo, dono do segundo maior site de buscas do mundo, as ações da companhia alcançaram pela primeira vez, nesta quinta-feira (07/02), uma cotação maior do que a oferecida pela concorrente Microsoft, na proposta de aquisição efetuada em 01º de fevereiro.
Ao fim do pregão na Bolsa de Nova York, uma única ação do Yahoo aparecia cotada a 29,04 dólares, 17 centavos acima dos 28,87 dólares correspondentes ao valor indicado na proposta de fusão.
O valor de mercado do Yahoo vem disparando desde que a oferta foi revelada, o que levou os papéis da companhia a saltarem, em uma semana, mais de 60% - justamente a porcentagem definida como prêmio, nos termos do acordo da Microsoft e apontada por analistas de mercado como excepcional, no dia da oferta.
Colaborou também para a trajetória de superação do valor proposto o fato de a Microsoft ter sofrido desvalorização de 12%, desde 1º de fevereiro. Isso puxou o custo total da aquisição para cerca de 42 bilhões de dólares, ante o preço inicial de 44,6 bilhões de dólares, uma vez que a oferta propõe metade do pagamento em dinheiro e a outra metade por meio da troca de papéis do Yahoo pelos da Microsoft.
No começo da tarde desta sexta-feira (08/01), no horário americano, as ações da Microsoft apresentavam uma recuperação de 0,28%, enquanto os papéis do Yahoo caíam 0,15%.
Jogada para evitar um impasse
De acordo com analistas ouvidos pelo jornal britânico Financial Times, a trajetória de superação do valor proposto reflete uma aposta dos acionistas de que a Microsoft está disposta a aumentar sua oferta em 2 ou 3 dólares por papel, com a finalidade de concretizar a fusão "da maneira mais amigável possível".
Uma medida como essa ajudaria a empresa do bilionário Bill Gates a concretizar o negócio sem maiores resistências, em meio a situações surgidas após a oferta e que podem complicar o negócio.
O maior rival da Microsoft, o Google, tem assediado o Yahoo com a oferta de um acordo operacional capaz de aumentar o faturamento de ambos os parceiros e, assim, fazer frente aos ganhos que uma fusão com o adversário possa trazer.
A reticência quanto a um acordo também transparece no próprio Yahoo. O executivo-chefe da companhia, Jerry Yang, enviou nesta quarta-feira uma carta aos funcionários, na qual afirma que os executivos da empresa estavam estudando possibilidades alternativas à compra pela Microsoft.