ouya
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2013 às 19h20.
Que tal jogar games para Android em uma TV com joystick de console? Essa é a proposta do videogame Ouya. Ele oferece acesso a diversos games criados para o sistema móvel do Google.
Apesar da ideia ser muito boa, não é bem isso que de fato acontece. Embora tenha sido pensado para rodar os títulos em Full HD, testes do INFOlab mostraram o videogame não reproduz diversos jogos em tela cheia, mostrando bordas pretas nas laterais.
Outro ponto quanto à loja de aplicativos é que ela não tem integração com a Google Play, ou seja, o que você comprou lá não poderá ser jogado no console. Você terá que comprar seus aplicativos novamente.
O ecossistema proposto pelo Ouya é um das mais justos com desenvolvedores. Lá, é possível criar jogos gratuitos e oferecê-los aos gamers sem custos, enquanto outras plataformas, como o Steam, cobram para fazer isso. Seria um ambiente muito interessante para designers de jogos se a base de consumidores fosse mais sólida. Entretanto, essa liberdade não traz muitos lucros para os criadores de jogos.
Em termos de hardware, o Ouya é comparável a um tablet do ano passado. A ideia da empresa era lançar uma geração por ano, diferentemente da concorrência. Sendo assim, o videogame tem um processador Tegra 3 T33, que consistem em 4 núcleos Cortex A9 rodando a 1,6 GHz e uma GeForce ULP com clock de 520 MHz.
Esse chip mobile, apesar de poderoso, já foi ultrapassado por produtos lançados pela mesma fabricante, a Nvidia. Dessa forma, se você comprar um smartphone topo de linha recente já terá um melhor desempenho para jogos e com a vantagem (ou desvantagem) de ser móvel.
Comparando com outros consoles, o Ouya tem um processador fraco. Tanto o Xbox 360, quanto o PS 3 oferecem o dobro do desempenho dele. Respectivamente, com chips IBM PowerPC 3,2 GHz com três núcleos e sete núcleos, os videogames rodam sem travamento - e sempre em tela cheia.
A escolha de um chip ARM também tem implicações no desenvolvimento. O Ouya está basicamente restrito ao OpenGL. No entanto, por trabalhar com o kernel do Android, o console se abriu para um mundo inteiro de jogos já desenvolvidos para o sistema do Google.
Essencialmente, um jogo de Android não precisa alterar nada em seu código para ser portado para o Ouya. Na verdade, o que impede a entrada de muitos títulos é a própria curadoria da empresa.
Corona, Unity, Game Maker e outros SDKs com suporte a OpenGL também são aceitos pela máquina. Todo Ouya já vem com um SDK e a própria interface do console tem uma seção para desenvolvimento.
No quesito peso, o Ouya é um dos consoles mais leves que já passaram pelo INFOlab: 0,3 kg. Isso oferece uma vantagem de mobilidade sobre a concorrência.
Todo jogo disponível para a plataforma Ouya pode ser baixado gratuitamente. Em muitos casos são apenas versões demo, que precisam ser compradas em um determinado ponto do enredo. Mas a empresa também espera que os desenvolvedores ganhem dinheiro com vendas de itens dentro dos próprios jogos.
Mesmo com a proposta de "libertar" a produção de games, o Ouya não atraiu muitos desenvolvedores e isso tem implicações sérias quanto à disponibilidade de jogos. Atualmente, o único título exclusivo é o TowerFall, cuja produtora já anunciou que em breve vai lançar uma edição para PCs.
Mesmo simples, alguns jogos podem ser divertidos, como é o caso de Fist of Awesome, BombBall, League of Evil, Mega Worm, Puddle e Monster 2.
Essa liberdade de produção também atrai jogos ruins, como é o caso de Super Sexy Swiss, Deep Dungeons of Doom e Crest of War; bem como cópias de sucessos como Gears of War e Wipeout (Shadow Gun e Flashdot 3D, respectivamente).
A grande solução para a falta de jogos é que o console roda os emuladores SNES e PSX. Basta inserir a ROM do game em um pen-drive e abri-la no aplicativo.
O controle do Ouya tem um design semelhante ao do Xbox 360, mas tem um recurso a mais: um touchpad para usar as funções de mouse eventualmente necessárias no Android.
Entretanto, seu tamanho avantajado (maior que o Dual Shock do PS 3) causa estranheza inicial e exige algum tempo de adaptação para jogar. O INFOlab constatou diversos travamentos do botão "O", um dos mais usados.
Um ponto importante é que a conexão Bluetooth do controle muitas vezes é falha, causando frustração do jogadores. Atrasos de comandos não são incomuns e, às vezes, o console simplesmente os ignora.
O Bluetooth do controle, contudo, tem um ponto positivo: ele tem compatibilidade com outros dispositivos, como notebooks com Windows 8.
Vale destacar que o Ouya aceita qualquer controle Bluetooth, até mesmo o Dual Shock do PS3.
http://videos.abril.com.br/info/id/f086963b0188a7bc5132bdaf164af265
O console também é capaz de reproduzir uma ampla gama de formatos de vídeo, como AVCHD, AVI, FLV, DivX, Xvid, MKV, MOV, MP4, RMVB, VOB, WMV. Ele reconheceu legendas em SRT e áudio em DTS.
Em geral, a interface de mídia funciona muito bem com o controle do aparelho, mas o programa teve problemas para mapear conteúdo, tanto pela USB como pela rede. Foi preciso fazer o processo de inserção de conteúdos "manualmente".
O Ouya é um videogame intermediário, tanto em termos de hardware, quanto de software. Apesar da ideia digna de libertar a produção de games, os estigmas do console são a falta de títulos exclusivos e de grandes produtoras, além do alto custo de comercialização no Brasil (três vezes mais que nos EUA, devido à importação realizada por terceiros).
Quem busca uma boa experiência para games faz uma melhor escolha se investir um pouco mais e comprar um console como Xbox ou PlayStation, mesmo que sejam das edições atualmente disponíveis. Outros consumidores podem optar por um computador ou por um tablet, como o Galaxy Note 8.0 ou o Nexus 7.
Para designers de games, no entanto, o console pode ser uma boa escolha, devido ao ecossistema favorável à criação.
Processador: | Tegra 3 T33-P-A3, quatro núcleos ARM Cortex A9 @ 1,7 GHz |
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Resolução: | 1920 por 1080 pixels |
GPU: | GeForce ULP @ 520 MHz |
Som: | 5,1 |
Peso: | 0,3 kg |
Prós | Ecossistema de jogos favorável a desenvolvedores, bom desempenho |
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Contras | Falta de jogos exclusivos e configuração fraca |
Conclusão | Videogame intermediário. Tablets ou PCs podem ser melhor opção para games |
Jogos | 7,0 |
Controles: | 8,0 |
Configuração: | 6,5 |
Conectividade: | 6,0 |
Design: | 8,5 |
Média | 7.1 |
Preço | R$ 600 |