Quito - O secretário-geral da União das Nações Sul-americanas (Unasul), Alí Rodríguez, confirmou nesta quarta-feira que a organização convocou uma reunião extraordinária amanhã na Bolívia para tratar da "ofensa" ao presidente do país, Evo Morales, cujo avião foi proibido de entrar nos espaços aéreos de alguns países europeus na noite de ontem.

Em comunicado, o organismo afirmou que na reunião, que acontecerá na cidade de Cochabamba, será analisada "a relação desses países europeus com os membros da Unasul, pois todos eles têm interesses importantes na região".

Na noite de ontem a Bolívia denunciou que vários países europeus fecharam seus espaços aéreos para o avião presidencial de Morales que retornava para seu país, após participar na segunda-feira em Moscou do Fórum dos Países Exportadores de Gás.

A aeronave de Morales teve que fazer um pouco forçado em Viena, pois foi proibida de entrar no espaço aéreo de França, Itália e Portugal devido à suspeita de que o ex-técnico da CIA Edward Snowden estava a bordo do avião.

"Vamos definir se bastará um pedido de desculpas ou se vamos adotar outras medidas além de isso", acrescentou a Unasul.

A reunião foi solicitada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, e os líderes de Bolívia, Equador, Venezuela, Argentina, Uruguai e Suriname confirmaram presença. Os outros países que integram a organização vão informar posteriormente sobre o nível de suas representações.

Segundo Rodríguez, o objetivo da cúpula é "o pronunciamento da América do Sul sobre o virtual sequestro do presidente Morales por vários países europeus, que impediram o sobrevoo do avião presidencial em uma clara violação das leis e normas internacionais".

O secretário-geral do organismo sul-americano ressaltou que "a região merece respeito" e que acredita "na unidade do bloco regional diante de uma ofensa a um de seus membros, o que equivale a ofender a todos".

A Unasul é integrada por Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Chile, Uruguai, Venezuela, Guiana, Suriname, Peru e Paraguai. Este último se encontra suspenso do bloco após a destituição de Fernando Lugo em junho do ano passado.

Hoje a chanceler peruana, Eda Rivas, tinha afirmado que a reunião de alguns presidentes latino-americanos amanhã na cidade boliviana de Cochabamba não era uma reunião da Unasul, mas uma reunião em solidariedade ao presidente da Bolívia.