EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h37.
A Consumer Electronic Show, feira dedicada a equipamentos eletrônicos de Las Vegas, está se tornando uma forte concorrente dos eventos de informática tradicionais. Em sua edição 2002, isso ficou bem claro. Numa série de lançamentos de diferentes fabricantes, a CES deixou a impressão de que uma antiga promessa da indústria - a da "casa conectada" - está menos distante de se tornar realidade do que se pensava.
Casas "do futuro" sempre estiveram na imaginação de todos. O seriado Os Jetsons, dos anos 60, ou a mansão de Bill Gates, construída ao longo da década passada, são dois bons exemplos. Mas agora os sonhos parecem mais factíveis por um simples motivo: já estamos muito perto de uma verdadeira vida doméstica digital. O que falta é simplesmente juntar todas as peças desse quebra-cabeça.
Explico. Até alguns anos, as idéias de criar maravilhas de entretenimento doméstico eram simplesmente idéias - ou ideais. Não havia quase nenhum equipamento realmente digital. Agora a situação é diferente. O avanço dos PCs, a banda larga, os videogames cada vez melhores, o crescimento das câmeras digitais, o fenômeno do MP3, a TV via satélite e a TV digital, a produção de telas de alta resolução e o avanço do hardware de armazenamento são os pilares da futura casa conectada. Mas, até agora, essas iniciativas caminhavam de forma quase independente. O grande mérito da CES deste ano foi o de exibir produtos pensados para garantir a convergência. O principal deles é o Moxi Media Center (MC). Produzido por uma startup criada por um dos inventores da WebTV, O MC é uma espécie de setup box que permitirá ver e gravar vídeos, tocar CD e DVD, brincar com jogos, mandar e-mail e realizar outras tarefas semelhantes. Com um adaptador, as funções do MC poderão ser acessadas de outras tevês, ou de um PC.
A Microsoft também percebeu a tendência. A diferença é que a empresa continua a apostar no PC como centro do universo doméstico. Sua novidade na CES foi o Mira, uma tela de cristal líquido portátil que se comunica com o PC. Ela possibilita acesso à web e pode controlar outros itens de entretenimento. Com uma proposta menos mirabolante, a TiVo, um dos principais serviços de TV (quase) interativa dos Estados Unidos, anunciou sua segunda geração de setup boxes com uma série de melhorias. Com um HD de 60 GB, a caixinha da TiVo poderá gravar até 60 horas de programação em vídeo, além de se conectar por porta USB a câmeras digitais ou equipamentos de MP3. Com isso, todos os arquivos multimídia da família podem ficar reunidos num único ambiente.
Tudo bem... Há muitas razões para ser céptico. Basta ver exemplos de fracassos retumbantes, como o Audrey, da Palm, ou de "revoluções" que não vieram, como a WebTV. Mas com a crescente digitalização da diversão doméstica - caso da música e da fotografia - e com a experiência adquirida pela indústria nos erros anteriores, pode ser que desta vez as coisas realmente comecem a fazer sentido para o consumidor.