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Twitter processa EUA pelo direito de revelar vigilância

Processo marca a escalada da batalha sobre a censura governamental para a divulgação da natureza e do número de pedidos por informação privada de usuários


	Aplicativo do Twitter: rede social disse que as restrições violam a garantia da liberdade de expressão
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Aplicativo do Twitter: rede social disse que as restrições violam a garantia da liberdade de expressão (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 18h01.

San Francisco - O Twitter processou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta terça-feira, intensificando sua batalha com as agências federais, enquanto a indústria da internet visa o direito de fornecer mais detalhes sobre a extensão da vigilância promovida pelo governo norte-americano.

O processo, que segundo o Twitter se segue a meses de negociações infrutíferas com o governo, marca a escalada da batalha na indústria da internet sobre a censura governamental para a divulgação da natureza e do número de pedidos por informação privada de usuários.

Em uma ação movida no Tribunal Distrital dos EUA para o norte da Califórnia, o Twitter argumentou que as regras atuais impedem que ele até mesmo diga que não recebeu nenhuma solicitação de segurança nacional de informação de usuários.

O Twitter disse que as restrições violam a garantia da liberdade de expressão na Primeira Emenda da Constituição do país.

As empresas de tecnologia têm procurado esclarecer suas relações com a aplicação da lei nos Estados Unidos e com as agências de espionagem após as revelações do ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden, que delineou a profundidade da capacidade de espionagem dos EUA.

A ação do Twitter ocorre após um acordo entre as empresas de Internet como Google e Microsoft com o governo sobre ordens judiciais que recebem relacionadas com a fiscalização.

O acordo liberou as empresas a divulgar o número de pedidos recebidos, mas apenas de forma geral.

Uma empresa que oferece serviços de e-mail, por exemplo, poderia dizer que recebeu entre zero e 999 ordens do Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira, durante um período de seis meses para o conteúdo de e-mail pertencente a alguém fora dos Estados Unidos.

O Departamento de Justiça respondeu à ação com uma declaração sobre como tem trabalhado com outras empresas.

"No início deste ano, o governo respondeu às preocupações semelhantes levantadas em uma ação movida por várias grandes empresas de tecnologia", disse a porta-voz do Departamento de Justiça Emily Pierce.

"Na ocasião, as partes trabalharam em colaboração para permitir que as empresas de tecnologia forneçam amplas informações sobre pedidos do governo e ao mesmo tempo protejam a segurança nacional".

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