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EDS do Brasil é a primeira no país a obter certificação CMM de nível 4

A fábrica de software da EDS no Rio de Janeiro tornou-se a primeira do país a receber a certificação CMM de nível quatro. O CMM é uma espécie de selo de qualidade para empresas que desenvolvem programas sob encomenda. A Índia, cujas exportações de software e serviços devem atingir 3,6 bilhões de dólares em 2004 […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h39.

A fábrica de software da EDS no Rio de Janeiro tornou-se a primeira do país a receber a certificação CMM de nível quatro. O CMM é uma espécie de selo de qualidade para empresas que desenvolvem programas sob encomenda. A Índia, cujas exportações de software e serviços devem atingir 3,6 bilhões de dólares em 2004 (um crescimento de mais de 50% em relação ao ano passado), tem mais de 50 empresas detentoras do certificado CMM nos níveis quatro e cinco (o mais alto).

"Há uma demanda cada vez maior, especialmente dos clientes estrangeiros, para que fábricas de software estejam certificadas", diz Márcio Luiz Silveira, responsável pelo projeto que levou à certificação da EDS. "No Brasil, os grandes clientes, como bancos e companhias telefônicas, estão começando a fazer esse tipo de exigência agora." A unidade do Rio tem cerca de 500 programadores, metade dos quais trabalham para empresas americanas. Os certificados indicam que a fábrica de software tem, por exemplo, métodos rigorosos de teste e documentação dos produtos.

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O investimento para conseguir o CMM não é pequeno, diz Silveira. Somente para passar do nível 3 para o nível 4, a EDS investiu 600 000 dólares ao longo de um ano e meio. Em todo o processo de certificação, o investimento foi superior a 2,5 milhões de dólares.

Hoje há uma corrida das empresas nacionais para obter a certificação CMM. Ao todo, o Brasil tem menos de 20 companhias com o selo de qualidade. Mas, mesmo que esse número cresça, não há a garantia de que a competitividade das empresas daqui vá melhorar, diz Djalma Petit, coordenador-geral do Softex, uma organização não-governamental criada para incentivar a indústria de software nacional. "A Índia tem o maior número de empresas CMM 5 do mundo. Mais, inclusive, que Estados Unidos e Alemanha. Mas será que os indianos fazem software melhor que os americanos e alemães?", diz ele. "Irlanda e Israel, dois dos paises que mais exportam software no mundo, têm respectivamente menos que 10 e 30 empresas com CMM."

Petit reconhece que a certificação é importante, mas diz que até pouco tempo atrás ela não era tão exigida pelos clientes. Além disso, o gargalo hoje estaria nas consultorias e instituições certificadoras, incapazes de atender à demanda. Há outros atributos importantes na hora da venda de um projeto de programação, segundo o representante do Softex. As empresas indianas são especializadas nas tarefas "braçais" do desenvolvimento, ou seja, escrever as linhas de código e testá-las. A inteligência do processo muitas vezes fica a cargo do cliente ou de outras empresas. Na opinião de Petit, as empresas brasileiras têm a chance de competir justamente nessa parte do negócio que tem mais valor agregado.

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