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Sistema Cantareira cai para 11,4%, novo recorde negativo

Na última semana, a concessionária elevou a previsão de contingenciamento no orçamento de 2014 de R$ 700 milhões para R$ 900 milhões.

água (Getty Images)

água (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 08h57.

O nível dos reservatórios do sistema Cantareira apresentou nova queda, de 0,2 ponto porcentual, nesta sexta-feira, atingindo a marca de 11,4%. Esse é o quarto dia consecutivo que o índice que mede o volume de água armazenado nas reservas bate recorde negativo de capacidade, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Há um ano, o Cantareira contava com 63,4% da sua capacidade.

A pior seca da história da concessionária pesará sobre o seu desempenho financeiro em 2014, admitiu ontem a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena. "Este ano a nossa receita vai diminuir, paciência", afirmou a executiva em entrevista à Rádio Estadão. Segundo ela, o foco da companhia neste ano será a manutenção dos serviços de abastecimento de água na Grande São Paulo.

Na última semana, a concessionária elevou a previsão de contingenciamento no orçamento de 2014 de R$ 700 milhões para R$ 900 milhões. Os cortes, diz a companhia em nota, impactarão as despesas e os planos de investimentos da Sabesp para ano.

Segundo estimativa de analistas do banco Citi, as medidas aplicadas pela concessionária para evitar a adoção de racionamento formal de água na região metropolitana (entre elas, o programa de bônus e os investimentos em obras emergenciais) devem reduzir em cerca de R$ 1 bilhão o resultado líquido da companhia neste ano.

Disputa política

Questionada sobre a responsabilidade da Sabesp na atual crise de abastecimento, Dilma garantiu que não faltaram investimentos por parte da companhia. Segundo ela na gestão dos governadores Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB, a concessionária investiu, respectivamente, uma média de R$ 2,5 bilhões e R$ 2 bilhões por ano.

De acordo com matéria publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, a bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) entrou com uma representação junto ao Ministério Público Estadual (MPE), pedindo a apuração da responsabilidade do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na crise hídrica. O partido pediu também a investigação da conduta de quatro ex-diretores da Sabesp: Marcelo Salles Holanda de Freitas, Umberto Semeghini, Nilton Seuaciuc e Luiz Ernesto Suman.

Em propaganda veiculada na quarta-feira (23), o pré-candidato petista ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, também responsabiliza a gestão estadual pelos baixos níveis do sistema Cantareira. Alckmin, por sua vez, disse que não irá "transformar a maior seca das últimas décadas em picuinha política".

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