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Renascimento do jornalismo investigativo desafia era Twitter

O colaborador do New York Times, Noah Rosenberg vai na contramão da tendência do jornalismo fast food e procura realizar matérias longas e de muita pesquisa

Noah Rosenberg trabalha em um tablet: Rosenberg espera produzir um pacote temático por semana sobre a vida em Nova York (©AFP / Stan Honda)
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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2012 às 17h18.

Nova York - Se o Twitter está matando o jornalismo e os jornais locais são uma espécie em extinção, um jovem e talentoso jornalista do New York Times desafia a corrente com a criação de um site especializado em tratar os temas locais de maneira profunda.

O ritmo de informação 24 horas, nos sete dias da semana, os tweets de 140 caracteres e os sites de internet que compilam notícias produzidas por diversas fontes converteram muitos meios de comunicação americanos no equivalente jornalístico do McDonalds: produzir rápido para consumo fácil.

Na contramão desta tendência, o colaborador do New York Times, Noah Rosenberg, quer que seu site, o Narratively ("Narrativamente"), produza um material que esteja mais para uma espécie de ensopado cozido em fogo lento.

"Realmente estamos desacelerando as coisas", explica Rosenberg, falando em um café no Brooklyn (sudeste de Nova York), que ele muitas vezes usa como o escritório de seu projeto.

A redação do Narratively, composta por 30 jornalistas nova-iorquinos, deixará de lado as notícias de última hora para se concentrar em matérias originais de longa pesquisa e artigos com 5.000 palavras.

As matérias que interessam a ele são as "desenvolvidas há um, dois ou três anos e que ainda têm algum significado", explica.


O projeto do Narratively se soma a outras iniciativas na mesma sintonia com sites como Atavist.com e Byliner.com - ambos fundados no ano passado -, ou o Longform.org, lançado em 2010, que estão buscando novos modos de converter o material de não ficção mais longo e de maior qualidade em algo rentável.

Jornalismo à antiga feito de um modo moderno

O colapso das receitas geradas pela propaganda nos jornais reduziu o número de publicações com condições para produzir um jornalismo investigativo de qualidade, que houje interessa a uma pequena elite, como a revista The New Yorker ou o próprio The New York Times.

O que esta nova mídia tem de diferente é que está apenas na internet, o que significa que não existem problemas de espaço e que podem explorar com maior facilidade as possibilidades da tecnologia digital.

Paul Janensch, professor de Jornalismo da Universidade Quinnipiac, assegura que este movimento é uma boa notícia, porque a mídia tradicional americana geralmente deixa que seus trabalhos de investigação se transformem em algo grandiloquente e autocomplacente.

"Não tenho tempo para um material longo e me pergunto quantas pessoas também têm. É proibitivo. Minha expectativa é que, com a internet, não haverá apenas mais jornalismo de longo formato, como também modos de transmitir muita informação complicada", assinala Janensch.

O site Atavist.com vende artigos de não-ficção mais longos do que aqueles que a mídia impressa pode publicar.


Seu próprio programa informático permite que essas matérias sejam apresentadas em formato multimídia em iPads e outros tablets. Os leitores podem ouvir o autor, ver mapas, fotos e vídeos, criando assim uma experiência bastante diferente de sentar para ler uma revista.

Para um dos cofundadores do Atavist, Evan Ratliff, é crucial adotar esta inovações tecnológicas.

"Há muita gente que quer ler coisas em profundidade. A questão não é se estão lendo, e sim se conseguem entendê-las", afirmou em uma entrevista telefônica.

O Byliner.com oferece longos artigos obtidos através da internet e também atende a pedidos de trabalhos originais de 5.000 a 30.000 palavras vendidos através da Amazon e da Apple.

Rosenberg espera explorar o mesmo modelo e pensa em produzir um pacote temático por semana sobre a vida em Nova York.

Ao contrário das tradicionais revistas de investigação, cada pacote consistirá em histórias tratadas em formato longo, documentais, animação e ensaios e fotográficos. A cada sexta-feira, haverá uma seção interativa com os leitores.

Mas a pergunta é se este novo jornalismo de longo formato pode fugir dos problemas financeiros que afetaram as publicações tradicionais.

"Acreditamos que ainda é uma pergunta sem resposta", afirma Evan Ratliff, do Atavists, que se encontra bem encaminhado em seu objetivo de arrecadar 1,5 bilhão de dólares em investimentos.

Para o Narratively, as coisas ainda não são tão claras, já que está tentando obter seus primeiros 50.000 dólares através do Kickstarter, um site que oferece oportunidades de investimento em novos projetos.

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O ritmo de informação 24 horas, nos sete dias da semana, os tweets de 140 caracteres e os sites de internet que compilam notícias produzidas por diversas fontes converteram muitos meios de comunicação americanos no equivalente jornalístico do McDonalds: produzir rápido para consumo fácil.

Na contramão desta tendência, o colaborador do New York Times, Noah Rosenberg, quer que seu site, o Narratively ("Narrativamente"), produza um material que esteja mais para uma espécie de ensopado cozido em fogo lento.

"Realmente estamos desacelerando as coisas", explica Rosenberg, falando em um café no Brooklyn (sudeste de Nova York), que ele muitas vezes usa como o escritório de seu projeto.

A redação do Narratively, composta por 30 jornalistas nova-iorquinos, deixará de lado as notícias de última hora para se concentrar em matérias originais de longa pesquisa e artigos com 5.000 palavras.

As matérias que interessam a ele são as "desenvolvidas há um, dois ou três anos e que ainda têm algum significado", explica.


O projeto do Narratively se soma a outras iniciativas na mesma sintonia com sites como Atavist.com e Byliner.com - ambos fundados no ano passado -, ou o Longform.org, lançado em 2010, que estão buscando novos modos de converter o material de não ficção mais longo e de maior qualidade em algo rentável.

Jornalismo à antiga feito de um modo moderno

O colapso das receitas geradas pela propaganda nos jornais reduziu o número de publicações com condições para produzir um jornalismo investigativo de qualidade, que houje interessa a uma pequena elite, como a revista The New Yorker ou o próprio The New York Times.

O que esta nova mídia tem de diferente é que está apenas na internet, o que significa que não existem problemas de espaço e que podem explorar com maior facilidade as possibilidades da tecnologia digital.

Paul Janensch, professor de Jornalismo da Universidade Quinnipiac, assegura que este movimento é uma boa notícia, porque a mídia tradicional americana geralmente deixa que seus trabalhos de investigação se transformem em algo grandiloquente e autocomplacente.

"Não tenho tempo para um material longo e me pergunto quantas pessoas também têm. É proibitivo. Minha expectativa é que, com a internet, não haverá apenas mais jornalismo de longo formato, como também modos de transmitir muita informação complicada", assinala Janensch.

O site Atavist.com vende artigos de não-ficção mais longos do que aqueles que a mídia impressa pode publicar.


Seu próprio programa informático permite que essas matérias sejam apresentadas em formato multimídia em iPads e outros tablets. Os leitores podem ouvir o autor, ver mapas, fotos e vídeos, criando assim uma experiência bastante diferente de sentar para ler uma revista.

Para um dos cofundadores do Atavist, Evan Ratliff, é crucial adotar esta inovações tecnológicas.

"Há muita gente que quer ler coisas em profundidade. A questão não é se estão lendo, e sim se conseguem entendê-las", afirmou em uma entrevista telefônica.

O Byliner.com oferece longos artigos obtidos através da internet e também atende a pedidos de trabalhos originais de 5.000 a 30.000 palavras vendidos através da Amazon e da Apple.

Rosenberg espera explorar o mesmo modelo e pensa em produzir um pacote temático por semana sobre a vida em Nova York.

Ao contrário das tradicionais revistas de investigação, cada pacote consistirá em histórias tratadas em formato longo, documentais, animação e ensaios e fotográficos. A cada sexta-feira, haverá uma seção interativa com os leitores.

Mas a pergunta é se este novo jornalismo de longo formato pode fugir dos problemas financeiros que afetaram as publicações tradicionais.

"Acreditamos que ainda é uma pergunta sem resposta", afirma Evan Ratliff, do Atavists, que se encontra bem encaminhado em seu objetivo de arrecadar 1,5 bilhão de dólares em investimentos.

Para o Narratively, as coisas ainda não são tão claras, já que está tentando obter seus primeiros 50.000 dólares através do Kickstarter, um site que oferece oportunidades de investimento em novos projetos.

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