As redes sociais tiveram papel importante nas revoltas do mundo árabe, defendeu o especialista (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2011 às 13h24.
Madri - O especialista em novas tecnologias Clay Shirky, afirmou nesta quinta-feira que as redes sociais "podem ajudar durante uma manifestação política", mas "nunca poderão substituir o papel da sociedade civil".
Shirky, autor de "Here Comes Everybody", publicado em 2008 sobre uma visão do futuro de projetos como MySpace e Wikipedia, participou em Madri da série de conferências chamada "Entendendo as mudanças. Ideias, livros e autores" e organizada pela Fundação Telefónica.
"As redes sociais se limitam a fornecer aos rebeldes meios para sincronizar as opiniões das pessoas", explicou em declarações à Agência Efe, ao defender a rede como meio para que "o povo da Líbia, Egito e Tunísia estivesse consciente que havia muitas outras pessoas pensado da mesma forma que eles naquele mesmo momento".
Em seu discurso, explicou algumas ideias de sua obra "Cognitive Surplus: Creativity and Generosity in a Connected Age", na qual reflete a evolução dos hábitos e necessidades dos usuários em relação às novas tecnologias.
Segundo comentou à Efe, "nos próximos cinco anos vamos ser testemunhas da transição das redes sociais dos computadores e portáteis para os smartphones e tablets", mas também reconheceu que, por enquanto, se trata de uma mudança incipiente porque "os dispositivos ainda são muito novos e ainda estamos aprendendo como utilizar melhor esse tipo de aplicativos".
Para Shirky, a transição vai evidenciar em termos espaciais - "posso anunciar as pessoas onde estou e minha visão da cidade mudará porque vou saber onde estão meus amigos"- e de tempo -"porque transmitir o que está fazendo nesse exato momento permite coordenar-se de uma forma mais efetiva e com mais fluência".
Além dos benefícios indiscutíveis das novas tecnologias, o analista, professor adjunto na Universidade de Nova York, reconhece os perigos envolvidos nas redes sociais "mais em termos de como as companhias conseguem saber informações sobre nós que em termos de volume".