Realidade virtual diminui a dor de pacientes internados
A tecnologia reduz em 25% a dor dos pacientes. Cem pacientes do hospital americano Cedar-Sinai foram testados
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2017 às 17h00.
Última atualização em 31 de março de 2017 às 14h20.
Realidade virtual não é só uma ferramenta descolada que transporta você para outros cenários.
De acordo com uma nova pesquisa feita pelo hospital americano Cedar-Sinai ( publicada no periódico JMIR Mental Health ), a tecnologia também pode ser usada para ajudar a diminuir dores de pacientes internados.
Para conseguir concluir isso, os pesquisadores contaram com a ajuda de 100 pacientes do hospital.
Todos eles estavam diagnosticados com uma dor de, pelo menos, nível 3 – em uma escala que vai de 0 a 10.
Metade deles usou um óculos de realidade virtual que os colocava dentro de situações relaxantes: ou simulavam um voo de helicóptero sobre regiões paradisíacas da Islândia, ou mostravam cenas 360º de um mergulho com baleias.
Os outros 50 pacientes assistiam também a cenas que relaxavam, mas dessa vez a transmissão era feita por uma televisão tradicional.
Os resultados mostraram que, depois das exibições, os pacientes que usavam os óculos tinham uma queda média de 24% na escala de dor; o valor relatado pelos que assistiram na tela 3D era menor, 13,2%.
Os médicos envolvidos na pesquisa acreditam que isso acontece porque a realidade virtual é capaz de concentrar seus sentidos na apresentação, limitando outros estímulos, como a dor.
“Essa tecnologia cria uma distração imersiva que impede seu cérebro de processar a dor, oferecendo um complemento (sem nenhum tipo de drogas) aos tratamentos tradicionais”, explica Brennan Spiegel, diretor da área de pesquisas do hospital.
Os pesquisadores, porém, avisam que, para um tratamento efetivo e a longo prazo, teria de haver variedade.
Os voluntários que utilizaram a realidade virtual não ficaram mais do que 15 minutos com a tecnologia.
Para o corpo não se acostumar, e perder o efeito de relaxamento, os pacientes teriam que ter sessões contínuas e com conteúdos diferentes.
A ideia é que a descoberta ajude em pesquisas futuras que visam combater a dor.
“Baseado nesse estudo, agora estamos produzindo uma pesquisa ainda maior para medir o impacto da realidade virtual frente ao uso de medicações contra a dor, tempo de estadia no hospital, e o grau de satisfação após a alta”, afirma Spiegel.
Finalmente uma coisa muuuuito Black Mirror – só que pro bem.