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"Por que há tão poucas oportunidades no Brasil?", pergunta CEO da Intel

Craig Barret, presidente-executivo da Intel, mostrou-se inconformado na quarta-feira (19/6) com a mirrada atuação no Brasil da Intel Capital, subsidiária responsável pelos investimentos da empresa em outras companhias tecnológicas. O número de investimentos da Intel Capital no Brasil é desproporcionalmente baixo, se olharmos para indicadores como o PIB e o número de engenheiros do país […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h21.

Craig Barret, presidente-executivo da Intel, mostrou-se inconformado na quarta-feira (19/6) com a mirrada atuação no Brasil da Intel Capital, subsidiária responsável pelos investimentos da empresa em outras companhias tecnológicas. O número de investimentos da Intel Capital no Brasil é desproporcionalmente baixo, se olharmos para indicadores como o PIB e o número de engenheiros do país , afirmou Barret. Vamos dobrar os esforços no Brasil. Seremos mais ativos e queremos trabalhar em cooperação com o governo .

A lógica de trabalho da Intel Capital é simples. A empresa compra participações, normalmente minoritárias, em companhias cujos negócios aumentem a demanda por computadores. Quando o investimento dá certo, o mercado para a Intel cresce e ela ainda pode lucrar vendendo a participação. No Brasil, a empresa Módulo (especializada em segurança digital) é a principal aposta.

O executivo indicou que o esforço para aumentar os negócios por aqui não depende de elevação do capital disponível, e sim do surgimento e da prospecção das boas pequenas empresas. Usou como exemplo da "desproporcionalidade" a Índia. Lá, a Intel Capital tem participação em cerca de 30 companhias. No Brasil, são apenas três. Ele nem precisava ter ido tão longe. Afinal, a Índia é uma potência da indústria de programas de computador. Bastava ter citado a Argentina, que tem quatro empresas com participação da Intel.

Barret disse que a cooperação com o governo se destinará a entender melhor as barreiras que atrapalham o empreendedorismo. "Não dá para entender por que há tão poucas empresas iniciantes e oportunidades aqui", disse ele, em entrevista a EXAME. Barret lembrou que pequenas empresas são fundamentais para o crescimento e o aumento das exportações em qualquer país.

Na mesma quarta-feira, o executivo havia se encontrado com o presidente Fernando Henrique Cardoso e com o ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg. Ao presidente, Barret pediu a redução de impostos e tarifas na importação de bens e serviços tecnológicos. Impostos e tarifas sobre tecnologia da informação são prejudiciais na construção da infra-estrutura. Eles tornam hardware e software mais caros para cidadãos e companhias , afirmou o comandante da maior fabricante e vendedora de chips do mundo. Minha mensagem ao presidente Cardoso foi muito simples: vocês deveriam fazer todo o possível para minimizar os custos de TI.

Uma das formas de o Brasil reduzir esses impostos e tarifas seria aderir ao Information Technology Agreement (ITA), um acordo proposto globalmente na Organização Mundial do Comércio (OMC) que prevê isenção nas importações de produtos tecnológicos.

No Ministério da Ciência e Tecnologia, Barret assinou a participação da Intel no Programa Nacional de Microeletrônica (PNM). O Programa prevê investimentos em qualificação de recursos humanos, criação de laboratórios e desenvolvimento de metodologias de trabalho para o setor.

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