Parece PC, mas não é

Eles parecem micro de mesa, mas têm desempenho e configuração de servidores. O preço? Também fica mais próximo dos desktops. Esta é a boa notícia para quem costuma abusar da capacidade dos PCs usando-os no lugar de pequenos servidores. Os grandes fabricantes estão investindo em máquinas populares voltadas a pequenas e médias empresas. O INFOLAB testou duas delas: o ProLiant ML330, da Compaq, e o PowerEdge 500SC, da Dell.

Os dois equipamentos são bem semelhantes e ambos foram bem nos testes. O PowerEdge 500SC, da Dell, levou a melhor e acabou ficando com a escolha de INFO. Isso porque ele teve desempenho 11% superior ao do concorrente. Possivelmente graças à combinação de um Pentium III de 1 GHz, 512 MB de memória ECC e 20 GB de disco. O ProLiant ML330, da Compaq, também veio equipado com Pentium III, mas com barramento de 933 MHz. Veio ainda com a mesma quantidade de memória do servidor da Dell, mas o disco rígido deixou um pouco a desejar, com apenas 9,1 GB de espaço.

O equipamento da Compaq, apesar de ter apresentado um desempenho inferior, tem elementos de destaque. Um deles é a interface SCSI, que permite que HDs de altíssima performance sejam acoplados a ele. O PowerEdge 500SC, da Dell, embora tenha mostrado um resultado melhor, veio com interface IDE.

Outro ponto de destaque do ProLiant ML330, da Compaq, é capacidade de expansão. Ele veio com quatro baias de 5,25 polegadas e duas de 3,5 polegadas. O PowerEdge 500SC, da Dell, veio com duas de cada tipo. Num servidor, a expansibilidade é um item extremamente importante, por isso, ter baias de expansão a mais é uma vantagem desses equipamentos. Para ter uma idéia, um micro de mesa dificilmente vem com mais de três baias.

Memória é outro ponto imprescindível num servidor. E os dois equipamentos testados mostraram serviço: ambos têm espaço para quatro pentes de memória. Num PC, são normalmente dois ou três. Além disso, um micro de mesa costuma suportar no máximo 512 MB de memória. O Compaq suporta até 1 GB e o Dell até 2 GB. A vantagem? É simples: basta imaginar um banco de dados tendo de rodar com pouca memória.

Além disso tudo, os dois servidores vieram com alguns softwares para gerenciamento, que permitem que o usuário acompanhe as condições do sistema do hardware. Por exemplo, é possível verificar a que temperatura está o processador e, a partir daí, criar regras para evitar que o chip simplesmente frite por excesso de calor.

Se os servidores populares dão um show em relação aos micros de mesa, o mesmo não acontece quando eles são comparados aos servidores de rack.

Primeiramente porque não têm alta tolerância a falhas. Por exemplo, não têm o recurso hot-swaple, que permite a troca de HD com o equipamento funcionando. Outro ponto é que eles não têm duas fontes de força, item bem comum entre os servidores de rack. Esse recurso permite ligar cada fonte num conjunto de energia. A vantagem é óbvia... se a energia oscilar, o servidor está duplamente protegido. Para quem precisa de aplicações críticas, os servidores populares não são os mais indicados.

De qualquer forma, para quem não precisa de tanto, os equipamentos não fazem feio no desempenho nem no preço. O PowerEdge 500SC, da Dell, sai por 4 600 reais, e o ProLiant ML330, da Compaq, custa 4 900 reais. Nos dois casos, os preços fornecidos são apenas do servidor, sem sistema operacional e monitor.