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País que asilar Snowden terá informação privilegiada

Brasília - O país que outorgar asilo ao ex-técnico da CIA, Edward Snowden, terá acesso a informações comerciais e industriais privilegiadas, disse nesta terça-feira...

Edward Snowden (Reprodução)

Edward Snowden (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.

Brasília - O país que outorgar asilo ao ex-técnico da CIA, Edward Snowden, terá acesso a informações comerciais e industriais privilegiadas, disse nesta terça-feira perante o Senado Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "The Guardian" e a quem o ex-analista entregou vários documentos.

Greenwald, primeiro a revelar o escândalo sobre a espionagem americana e que vive no Rio de Janeiro, afirmou que a intercepção de dados eletrônicos e telefônicos no mundo todo é usada pelos Estados Unidos não só para combater o terrorismo, mas também para obter vantagens comerciais e industriais.

Em uma audiência pública convocada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, o jornalista britânico acrescentou que o país que outorgar asilo ao ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA também terá acesso a esses dados confidenciais, já que Snowden possui milhares de documentos.

Greeenwald, responsável por publicar os primeiros documentos vazados por Snowden sobre os programas americanos secretos de espionagem eletrônica, assegurou que tais dados confidenciais são obtidos pelas cerca de 70 mil pessoas que trabalham nos serviços de inteligência dos EUA.

O jornalista reiterou que Snowden, a quem a Rússia ofereceu um asilo provisório, lhe entregou entre 15 mil e 20 mil documentos, cujo conteúdo se absteve de divulgar, e disse que o publicado até agora se refere a uma porção muito pequena desses dados.

"Com segurança haverá mais revelações sobre a espionagem dos EUA no mundo todo, incluindo países aliados, assim como sobre a intercepção de sistemas de comunicações, incluindo a América Latina", declarou.

"Há documentos com informações ainda mais explosivas", garantiu.

Segundo Greenwald, esse elevado número de documentos se deve ao fato de as agências de inteligência necessitarem de autorização judicial para espionar cidadãos americanos, mas não os de outros países.

Segundo o colunista do "The Guardian", um dos riscos é a falta de controle sobre o uso que os agentes de inteligência dão às informações sensíveis às quais têm acesso.

Acrescentou que empresas de telefonia e internet como Google, Microsoft e Apple oferecem as informações de não americanos solicitadas pela NSA e pela CIA sem questionar nada, e que essas agências protegem com muito cuidado o nome das empresas colaboradoras.

De acordo com o jornalista, o governo brasileiro tem ferramentas para descobrir quais dessas empresas estão interceptando ligações telefônicas e e-mails de cidadãos brasileiros.

Snowden deixou no último dia 1º de agosto o aeroporto de Moscou no qual permaneceu retido quase um mês e meio à espera que as autoridades russas lhe outorgassem o asilo temporário. Desde então, se desconhece o paradeiro do homem requerido pela Justiça dos EUA.

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