Oi lucra menos no 3º tri, mas sinais de recuperação levantam ações
Empresa sofreu queda anual de 70,7% no lucro líquido do terceiro trimestre
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2013 às 10h11.
A Oi sofreu uma queda anual de 70,7% no lucro líquido do terceiro trimestre, mas sinais de melhora operacionais da operadora de telecomunicações faziam as ações do grupo subirem nesta quarta-feira.
A empresa comandada desde junho pelo presidente-executivo português Zeinal Bava teve lucro líquido de 172 milhões de reais entre julho e setembro, revertendo o prejuízo de 124 milhões sofrido no segundo trimestre deste ano.
Enquanto isso, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 19% na comparação trimestral, para 2,139 bilhões de reais, e queda de 2,3% ante igual trimestre de 2012.
A margem Ebitda ficou em 30,1% ante 31,1% na mesma etapa de 2012 e 25,4% no segundo trimestre.
A média de cinco projeções de analistas apurada pela Reuters indicava expectativa de Ebitda de 1,909 bilhão de reais para a Oi. As projeções dos analistas variaram de lucro a prejuízo para a operadora no período.
O mercado reagia positivamente aos resultados. Às 12h36, a ação da Oi subia 0,3%, enquanto o Ibovespa recuava 0,73%.
"Em seu primeiro trimestre inteiro na administração da Oi, Bava já mostrou seu modus operandi, com um melhora operacional bastante forte, corte de custos, e eficiência nos investimentos", escreveu em relatório a corretora Ativa.
Um ponto negativo do período foi o forte aumento na alavancagem. A relação dívida líquida sobre Ebitda passou de 2,99 para 3,43 vezes na comparação anual, segundo analistas da Planner, apesar do investimento no trimestre ter recuado 23,3% no ano a ano, para 1,54 bilhão de reais.
Para a XP Investimentos, o balanço da Oi mostrou "crescimento fraco", mas com alguns destaques", citando alta de 7,3% nos clientes de banda larga fixa, de 50,5 % na TV paga e de 9,5% nas linhas de telefonia celular pós-paga.
Em teleconferência com jornalistas, Bava afirmou que a Oi manterá a estratégia de melhora de rentabilidade e, diante do quadro financeiro, reduzirá investimentos em 2014.
"O capex do próximo ano vai ser mais baixo do que os 6 bilhões de reais que a maior parte dos analistas tem para esse ano", disse Bava. "Uma vez que a correção da trajetória do nosso cash flow (fluxo de caixa) e a redução da dívida é um imperativo para a companhia, não só financeiro como também estratégico, nós no próximo ano vamos ter menor capex".
A Oi encerrou o terceiro trimestre com dívida líquida de 29,295 bilhões de reais, crescimento de 19,7% em 12 meses. Sobre o segundo trimestre, o endividamento recuou 0,7%, primeira após oito trimestres consecutivos de alta.
As provisões para perdas com calotes de clientes, vista com atenção do mercado, dispararam 168% na comparação anual e recuaram 38% ante o segundo trimestre, a 201 milhões de reais, pesando também sobre a última linha.
Serviços contratados de terceiros, outro foco dos analistas e maior item da linha custos e despesas operacionais, somaram 2,1 bilhões de reais no trimestre, redução de 2,7% sobre um ano antes e alta de 1,5 % na base sequencial.
A empresa afirmou que, diante do menor crescimento da economia e do aumento da inadimplência, adotou desde o segundo trimestre um perfil mais conservador para "melhorar a qualidade da base de clientes e, consequentemente, os índices de inadimplência e de desconexões, visando maior rentabilidade".
A Oi e a Portugal Telecom anunciaram em outubro acordo preliminar de fusão, que prevê um aumento de capital de pelo menos 7 bilhões de reais na Oi.
UNIDADES GERADORAS
A base de unidades geradoras de receita com serviços fixos da Oi ficou praticamente estável na comparações anual e trimestral, em 18,34 milhões, no fim de setembro. Na telefonia móvel, a base cresceu 3,9% no comparativo anual e 0,9% sobre o trimestre anterior, para 47,34 milhões.
A Oi terminou o terceiro trimestre com receita líquida de 7,1 bilhões de reais, praticamente estável nas comparações anual e trimestral, com perda de faturamento no segmento corporativo, mas crescimento no residencial, impulsionado por banda larga e TV por assinatura.
A receita média por cliente (arpu, na sigla em inglês) de serviço fixo residencial correspondeu a 70,7 reais no terceiro trimestre, crescimento de 7,4% sobre um ano antes. No segmento móvel, o arpu foi de 20,5 reais, queda anual de 7,7%, pressionada por recuo em receitas de interconexão.