Ministério Público monitora uso de robôs do Twitter por candidatos
Objetivo é coibir influências artificiais dos partidos nas redes sociais, como multiplicação do número de seguidores ou fabricação de tópicos populares
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2012 às 17h03.
Rio de Janeiro - O crescimento das redes sociais transforma os perfis de candidatos em sites como Facebook e Twitter em poderosas ferramentas de campanha eleitoral. E, justamente por seu poder de influenciar eleitores, esses sites são um campo a ser vigiado pelos promotores eleitorais.
Uma das preocupações deste ano para o Ministério Público Eleitoral no Rio é a proliferação de perfis falsos e o uso de ‘robôs’ – os programas capazes de replicar mensagens em larga escala, em múltiplas contas de uma rede social. O uso desses dispositivos altera indicadores importantes, como os tópicos mais populares do Twitter, e o volume de seguidores de um determinado candidato. Ou seja: os robôs são aliados estratégicos de quem tenta propagar mentiras com jeito de verdade.
“Monitoramos o Twitter dos principais candidatos. Se percebermos um aumento rápido e desproporcional no número de seguidores, há ali um indício de uso de robôs. Isso cria uma distorção para a percepção do eleitor, e isso é uma interferência ilegal no período eleitoral”, explica o procurador eleitoral do Rio, Maurício da Rocha Ribeiro.
O trunfo das redes sociais é a transferência da responsabilidade para indivíduos, o que isenta partidos ou candidatos da responsabilidade. E, como alcançam o eleitor na mesa de trabalho, no sofá de casa e até no ônibus, pelo celular, a rapidez é incomparável. O Twitter e o Facebook serão estratégicos na campanha dos postulantes ao Palácio da Cidade, que tentam levar para o segundo turno o favorito Eduardo Paes (PMDB), que tenta a reeleição. Como terão cerca de um minuto apenas, contra os mais de 14 do peemedebista, os candidatos de oposição dependem da internet para aparecer.
Com 43.600 seguidores no Twitter até a tarde de terça-feira, Marcelo Freixo, do PSOL, começou a divulgar pelo microblog um de seus trunfos de campanha: o jingle na voz de Caetano Veloso. Um dos lemas da campanha é “a rua e a rede”, de olho no público jovem – onde se concentra o eleitorado do deputado estadual do PSOL.
Bem antes do início da campanha, em 6 de julho, um movimento espontâneo de eleitores pôs Marcelo Freixo em evidência no Facebook. No Rio, eleitores e simpatizantes acrescentaram “Freixo” ao sobrenome e criaram a página “Nada deve parecer impossível de mudar”, com mais de 10 mil seguidores. “Nada substitui a militância na rua, na porta de escola, em praça pública, na saída de igrejas. Ao mesmo tempo, haverá muita internet na campanha. Cerca de 70% dos eleitores do Rio estão conectados. Isso valendo, temos capacidade muito grande de falar com a cidade através da internet”, diz Freixo.
Perfis – O candidato do DEM à prefeitura do Rio, Rodrigo Maia, quem tem 10.400 seguidores no Twitter, já teve problemas com redes sociais. O candidato do DEM à prefeitura do Rio exibiu, em uma propaganda de TV, perfis que criticavam o governo de Eduardo Paes. Os perfis, no entanto, eram falsos, e renderam um processo do PMDB contra o candidato.
O DEM pretende criar uma rede interna que, segundo Maia, é algo inédito em eleições. Trata-se de uma estrutura que funcionará como uma rede social para o candidato, sua vice, a deputada estadual Clarissa Garotinho, do PR, vereadores e representantes de bairros. “Mapearemos toda a cidade através dessas lideranças. Poderemos aproximar nosso discurso e alavancar ações de mobilização”, diz o candidato.
Entre os concorrentes do Rio, Paes é o campeão, com 97.700 seguidores. Freixo é o segundo (43.600), seguido por Rodrigo Maia (10.400), Otávio Leite, do PSDB, com 3.000, Aspásia Camargo, do PV, com 1.900, e Cyro Garcia, do PSTU, com pouco mais de 1.000.
O candidato tucano também promete dedicar seu tempo à comunicação com eleitores pela web. “Na internet, se permite a ampla discussão e pesquisa sobre candidatos, sua história e proposta”, aposta Otávio, para quem esta eleição ocorre “no ápice da internet” no Brasil.
Regras – O capítulo IV da resolução 23370 do Tribunal Superior Eleitoral determina as regras para o uso da internet na campanha. Basicamente, os partidos devem informar à Justiça Eleitoral os endereços eletrônicos de sites necessariamente hospedados no Brasil. É permitido o uso de listas de e-mail, desde que não haja comercialização de listas de endereços (algo que dificilmente se controla). Valem também regras que o mercado já adota: os e-mails precisam ter a opção “descadastrar”, para quem se sentir incomodado com o envio de mensagens.
A veiculação de propaganda em sites de empresas ou instituições, ainda que de forma gratuita, é proibida, assim como referências a candidatos a reeleição em sites do poder público.
Rio de Janeiro - O crescimento das redes sociais transforma os perfis de candidatos em sites como Facebook e Twitter em poderosas ferramentas de campanha eleitoral. E, justamente por seu poder de influenciar eleitores, esses sites são um campo a ser vigiado pelos promotores eleitorais.
Uma das preocupações deste ano para o Ministério Público Eleitoral no Rio é a proliferação de perfis falsos e o uso de ‘robôs’ – os programas capazes de replicar mensagens em larga escala, em múltiplas contas de uma rede social. O uso desses dispositivos altera indicadores importantes, como os tópicos mais populares do Twitter, e o volume de seguidores de um determinado candidato. Ou seja: os robôs são aliados estratégicos de quem tenta propagar mentiras com jeito de verdade.
“Monitoramos o Twitter dos principais candidatos. Se percebermos um aumento rápido e desproporcional no número de seguidores, há ali um indício de uso de robôs. Isso cria uma distorção para a percepção do eleitor, e isso é uma interferência ilegal no período eleitoral”, explica o procurador eleitoral do Rio, Maurício da Rocha Ribeiro.
O trunfo das redes sociais é a transferência da responsabilidade para indivíduos, o que isenta partidos ou candidatos da responsabilidade. E, como alcançam o eleitor na mesa de trabalho, no sofá de casa e até no ônibus, pelo celular, a rapidez é incomparável. O Twitter e o Facebook serão estratégicos na campanha dos postulantes ao Palácio da Cidade, que tentam levar para o segundo turno o favorito Eduardo Paes (PMDB), que tenta a reeleição. Como terão cerca de um minuto apenas, contra os mais de 14 do peemedebista, os candidatos de oposição dependem da internet para aparecer.
Com 43.600 seguidores no Twitter até a tarde de terça-feira, Marcelo Freixo, do PSOL, começou a divulgar pelo microblog um de seus trunfos de campanha: o jingle na voz de Caetano Veloso. Um dos lemas da campanha é “a rua e a rede”, de olho no público jovem – onde se concentra o eleitorado do deputado estadual do PSOL.
Bem antes do início da campanha, em 6 de julho, um movimento espontâneo de eleitores pôs Marcelo Freixo em evidência no Facebook. No Rio, eleitores e simpatizantes acrescentaram “Freixo” ao sobrenome e criaram a página “Nada deve parecer impossível de mudar”, com mais de 10 mil seguidores. “Nada substitui a militância na rua, na porta de escola, em praça pública, na saída de igrejas. Ao mesmo tempo, haverá muita internet na campanha. Cerca de 70% dos eleitores do Rio estão conectados. Isso valendo, temos capacidade muito grande de falar com a cidade através da internet”, diz Freixo.
Perfis – O candidato do DEM à prefeitura do Rio, Rodrigo Maia, quem tem 10.400 seguidores no Twitter, já teve problemas com redes sociais. O candidato do DEM à prefeitura do Rio exibiu, em uma propaganda de TV, perfis que criticavam o governo de Eduardo Paes. Os perfis, no entanto, eram falsos, e renderam um processo do PMDB contra o candidato.
O DEM pretende criar uma rede interna que, segundo Maia, é algo inédito em eleições. Trata-se de uma estrutura que funcionará como uma rede social para o candidato, sua vice, a deputada estadual Clarissa Garotinho, do PR, vereadores e representantes de bairros. “Mapearemos toda a cidade através dessas lideranças. Poderemos aproximar nosso discurso e alavancar ações de mobilização”, diz o candidato.
Entre os concorrentes do Rio, Paes é o campeão, com 97.700 seguidores. Freixo é o segundo (43.600), seguido por Rodrigo Maia (10.400), Otávio Leite, do PSDB, com 3.000, Aspásia Camargo, do PV, com 1.900, e Cyro Garcia, do PSTU, com pouco mais de 1.000.
O candidato tucano também promete dedicar seu tempo à comunicação com eleitores pela web. “Na internet, se permite a ampla discussão e pesquisa sobre candidatos, sua história e proposta”, aposta Otávio, para quem esta eleição ocorre “no ápice da internet” no Brasil.
Regras – O capítulo IV da resolução 23370 do Tribunal Superior Eleitoral determina as regras para o uso da internet na campanha. Basicamente, os partidos devem informar à Justiça Eleitoral os endereços eletrônicos de sites necessariamente hospedados no Brasil. É permitido o uso de listas de e-mail, desde que não haja comercialização de listas de endereços (algo que dificilmente se controla). Valem também regras que o mercado já adota: os e-mails precisam ter a opção “descadastrar”, para quem se sentir incomodado com o envio de mensagens.
A veiculação de propaganda em sites de empresas ou instituições, ainda que de forma gratuita, é proibida, assim como referências a candidatos a reeleição em sites do poder público.