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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h44.
A Microsoft ampliará seus investimentos em suas operações online como forma de ganhar participação no crescente mercado de anúncios na internet, revelou o CEO da empresa, Steve Ballmer.
Em uma conferência com analistas na quinta-feira (24/07), o executivo afirmou que a companhia deverá gastar pelo menos 1,2 bilhão de dólares anualmente para competir contra o Google, líder de mercado de serviços de internet. Esses gastos serão relativos a preparar as propriedades de internet da Microsoft para competir com o maior buscador do mundo.
"O Google gasta cerca de 2,5 bilhões de dólares e continua crescendo em pesquisa e desenvolvimento. Você pode tirar suas próprias conclusões, mas eles dizem publicamente que cerca de 70% disso está no âmago das áreas de busca e publicidade. Nós certamente vamos ter que pensar sobre 1,2 a 1,5 bilhão de dólares para ficarmos competitivos e reinventar a área de pesquisa e desenvolvimento. É um grande número", disse.
Apesar dos reveses recentes na estrutura de internet - como as negociações fracassadas pela aquisição do Yahoo por 48 bilhões de dólares e da saída do mais importante executivo de internet, Kevin Johnson -, Ballmer disse que a companhia está no mercado de web para ficar.
Ele também informou que o mercado de mídia e comunicações é avaliado mundialmente em cerca de 1 trilhão de dólares e, portanto, a Microsoft com seu tamanho e força financeira "precisa ir atrás dele". Neste ano, o prejuízo da divisão de serviços online da empresa foi de cerca de 5% do resultado operacional.
"O Google não precisa de marketing. Nós precisamos. Então, vamos ter que gastar para competir e nossas despesas de vendas, particularmente à medida que nós elevamos nossa receita por busca, nossas despesas por vendas estarão alinhadas. Se nossa receita por busca é baixa, nossas despesas de vendas vão parecer relativamente altas", complementou.
Ballmer também informou que não há mais nada em discussão entre Yahoo e Microsoft. "Yahoo para nós sempre foi uma tática, não uma estratégica", disse. Segundo ele, a aquisição iria acelerar o crescimento da Microsoft nas buscas e, para isso, as companhias começaram a conversar.
"Nós falamos sobre busca e como poderíamos trabalhar juntos. Existiam várias boas razões para fazer isso, (...) mas não formos capazes de apresentar algo que funcionasse. É uma tática, nós somos disciplinados e nós perdemos", resumiu.
Além das desgastantes etapas de negociação com o Yahoo e também da perseguição à liderança do Google em web, a Microsoft se debate com o crescimento do modelo de software como serviço, em que o usuário paga uma assinatura mensal para acessar seus programas via internet - e que desafia a venda de licenças, pelo qual a internet enriqueceu.
"Nesse momento em que o navegador de internet é computador, a Microsoft precisa se reinventar É um dos momentos de maior fragilidade pelo qual a empresa já passou", diz Adam Braunstein, analista sênior da consultoria norte-americana Robert Frances Group.