Internet, uma faca de dois gumes para a 'primavera árabe'
A internet também pode ser utilizada pelos líderes ameaçados para consolidar seu poder, afirmou a Anistia Internacional
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2011 às 22h43.
Londres - Facebook, Twitter e outras redes sociais desempenharam um papel considerável nos países árabes, mas a internet também pode ser utilizada pelos líderes ameaçados para consolidar seu poder, afirmou a Anistia Internacional (AI) em um informe publicado nesta sexta-feira.
"Não há nenhuma dúvida de que as redes sociais tenham desempenhado um papel muito importante ao permitir que as pessoas se reunam", declarou à AFP em Londres o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty.
"Mas temos que ter sempre em mente que isso dá também aos governos a oportunidade de tomar medidas duras contra a população", acrescentou, coincidindo com a publicação do informe anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo.
"Os governos lutam para recuperar a iniciativa ou para utilizar esta tecnologia contra os militantes", afirma o documento.
A "primavera árabe", que começou com a revolta na Tunísia no início do ano, derrubou o presidente que permanecia no poder há 23 anos, Zine El Abidin Ben Ali, e depois o presidente egípcio, Hosni Mubarak.
Mas em outros países do norte da África e do Oriente Médio, como Iêmen, Líbia ou Síria, as revoltas continuam sem conseguir derrubar seus líderes.
"As forças de repressão lançaram um sério contra-ataque", ressaltou Salil Shetty. Na Líbia, o regime do coronel Muamar Kadhafi "utilizou sistematicamente a internet e meios sociais muito sofisticados para reprimir a população".
A organização internacional também advertiu que as empresas que fornecem acesso à internet, os operadores de telecomunicações e as redes sociais correm o risco de se tornar "cúmplices" dos regimes, se forem utilizadas para espiar as atividades dos ativistas, militantes, cortar as redes de telefonia móvel ou bloquear o acesso à internet.
"Não devem se tornar marionetes ou cúmplices de governos repressivos que desejam sufocar a liberdade de expressão e espiar seu povo", adverte o informe.
Na China, onde as autoridades temem um contágio da "primavera árabe", o controle da internet, que já era firme, foi reforçado. "É uma tentativa de prevenir uma revolta do estilo das do Oriente Médio, o governo estendeu a ofensiva contra os ativistas", adverte a Anistia.
Mais de uma centena de ativistas, a maioria deles internautas ativos, desapareceram após um chamado lançado na rede em fevereiro convocando a população a se rebelar.
Apesar do desenrolar "incerto" dos levantes em curso, a Anistia afirmou que a queda de ditadores e outras revoltas populares são motivo de otimismo para o futuro. "O gênio saiu da garrafa e as forças da repressão não podem voltar a prendê-lo", disse Salil Shetty.
Londres - Facebook, Twitter e outras redes sociais desempenharam um papel considerável nos países árabes, mas a internet também pode ser utilizada pelos líderes ameaçados para consolidar seu poder, afirmou a Anistia Internacional (AI) em um informe publicado nesta sexta-feira.
"Não há nenhuma dúvida de que as redes sociais tenham desempenhado um papel muito importante ao permitir que as pessoas se reunam", declarou à AFP em Londres o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty.
"Mas temos que ter sempre em mente que isso dá também aos governos a oportunidade de tomar medidas duras contra a população", acrescentou, coincidindo com a publicação do informe anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo.
"Os governos lutam para recuperar a iniciativa ou para utilizar esta tecnologia contra os militantes", afirma o documento.
A "primavera árabe", que começou com a revolta na Tunísia no início do ano, derrubou o presidente que permanecia no poder há 23 anos, Zine El Abidin Ben Ali, e depois o presidente egípcio, Hosni Mubarak.
Mas em outros países do norte da África e do Oriente Médio, como Iêmen, Líbia ou Síria, as revoltas continuam sem conseguir derrubar seus líderes.
"As forças de repressão lançaram um sério contra-ataque", ressaltou Salil Shetty. Na Líbia, o regime do coronel Muamar Kadhafi "utilizou sistematicamente a internet e meios sociais muito sofisticados para reprimir a população".
A organização internacional também advertiu que as empresas que fornecem acesso à internet, os operadores de telecomunicações e as redes sociais correm o risco de se tornar "cúmplices" dos regimes, se forem utilizadas para espiar as atividades dos ativistas, militantes, cortar as redes de telefonia móvel ou bloquear o acesso à internet.
"Não devem se tornar marionetes ou cúmplices de governos repressivos que desejam sufocar a liberdade de expressão e espiar seu povo", adverte o informe.
Na China, onde as autoridades temem um contágio da "primavera árabe", o controle da internet, que já era firme, foi reforçado. "É uma tentativa de prevenir uma revolta do estilo das do Oriente Médio, o governo estendeu a ofensiva contra os ativistas", adverte a Anistia.
Mais de uma centena de ativistas, a maioria deles internautas ativos, desapareceram após um chamado lançado na rede em fevereiro convocando a população a se rebelar.
Apesar do desenrolar "incerto" dos levantes em curso, a Anistia afirmou que a queda de ditadores e outras revoltas populares são motivo de otimismo para o futuro. "O gênio saiu da garrafa e as forças da repressão não podem voltar a prendê-lo", disse Salil Shetty.