Internautas cresceram 20% em 2002 e;já beiram os 600 milhões no mundo

O total de internautas no mundo chegou a 591,6 milhões no ano passado, o que representou um crescimento de 20% em relação a 2001. A maior concentração está na Ásia, com 201 milhões de usuários. Depois vem a América Norte, com 170 milhões, seguida de perto pela Europa, com 166 milhões. Os dados são do relatório da Conferência das Nações Unidas de Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
A América Latina encerrou o ano passado com 35,5 milhões de usuários, número superior apenas ao da África e da Oceania. Apesar disso, foi a região que apresentou maior crescimento no ano passado: 35,5%, contra 33,6% na Ásia, 15,6% na Europa e 8,5% na América do Norte.

No final de 2002, o Brasil tinha 14,3 milhões de internautas, número 78,75% superior ao de 2001. O país é o que detém a maior população da América Latina conectada à rede e foi o que apresentou o maior crescimento no ano passado. Porém, quando analisado o número de internautas em cada grupo de 10 mil habitantes, o Brasil cai para a terceira posição, atrás do Chile e da Argentina.

Os Estados Unidos continuam liderando com folga o primeiro lugar em número de internautas. São 155 milhões de usuários. Em segundo lugar ficou a China, com 59,1 milhões, seguida pelo Japão,com 57,2 milhões, e a Alemanha, com 35 milhões.

Varejo

Na América Latina, as vendas no varejo online devem dobrar neste ano. Elas devem chegar a 4,5 bilhões de dólares, contra 2,3 bilhões de dólares registrados em 2002, prevê o relatório da Unctad.

Brasil, Argentina e México permancem como os principais mercados da região. O levantamento diz que o Brasil já atingiu maturidade nesse tipo de comércio e que as vendas online no país representam entre 50% e 60% do total comercializado no varejo online da América Latina. Uma das peculiaridades é a venda de carros pela web, que respondem por aproximadamente 60% do volume negociado.

As vendas do varejo online nos Estados Unidos também continuam ganhando espaço significativo. Elas cresceram 25,64% no ano passado, totalizando 43,47 bilhões de dólares. O desempenho se destaca quando comparado com o de todo o varejo, que inclui as vendas do comércio tradicional: o aumento foi de apenas 2,9% no ano passado. Isso fez com que o percentual das vendas online passassem a representar 1,34% do varejo, contra 1,1% de 2001.

O levantamento aponta que, na Europa, as vendas pela internet responderam no ano passado 1,6% do comércio varejista, totalizando mais de 28 bilhões de dólares. Na Ásia e no Pacífico, esse comércio também deve dar um significativo salto neste ano, passando de 15 bilhões de dólares em 2002 para algo em torno de 26 bilhões de dólares. Os principais países de consumidores online na região são Japão, Austrália e Coréia do Sul.

A China, cuja economia não pára de crescer, ainda enfrenta resistência por parte dos consumidores à internet. A pouca disseminação do cartão de crédito no país e a desconfiança quanto à segurança das compras online são dois entraves. De acordo com uma pesquisa oficial realizada no país, apenas 11% dos internautas visitam sites de compras. Os serviços bancários pela web são utilizados somente por 3,6% dos internautas.

Mercado Corporativo

Os Estados Unidos também são líderes absolutos nas vendas entre empresas pela internet. Os dados mostram que as vendas em 2002 somaram 995 bilhões de dólares, 93,3% de todo o comércio online realizado no país. O volume é 0,2% inferior ao do ano anterior, mas a queda é bem menor do que a registrada no comércio corporativo em geral: 3,94%. Com isso, a participação das vendas pela internet entre empresas passaram de 14,35% para 14,9% do total das negociações entre empresas. A estimativa é de que, quando a economia voltar a crescer, as vendas online devem ganhar uma participação ainda maior.

Na América Latina, mais uma vez Brasil, Argentina e México lideram essas transações. Pesquisas referentes ao primeiro trimestre deste ano mostraram que as vendas corporativas online somaram 11,6 bilhões de dólares, valor bem acima das estimativas, que apontavam para todo o ano de 2003 vendas de 12,5 bilhões de dólares na América Latina.