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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h35.
O novo CEO da Intel, Paul Otellini, anunciou nesta terça-feira (12/4) a criação de um centro de desenvolvimento de produtos em São Paulo. Unidades semelhantes serão abertas na China, na Índia e no Egito. A medida faz parte da estratégia da fabricante de chips para crescer nos mercados emergentes. Hoje, o mundo em desenvolvimento respondem por cerca de 30% do faturamento da empresa. Segundo Otellini, os emergentes serão a principal fonte de crescimento da empresa pelos próximos dez anos.
A idéia é desenvolver produtos adequados às necessidades de cada um desses países. "Na China, os cybercafés são muito populares e chegam a ter 5 000 computadores. Criamos um sistema para automatizar a administração e a manutenção dessas redes", disse Otellini. "Na Índia, criamos um tipo de equipamento mais resistente à poeira e capaz de funcionar com baterias de carro. Aqui no Brasil, por exemplo, podemos criar um sistema que facilite a conexão do computador com a TV, em vez do monitor." A princípio, haverá dez pessoas trabalhando na sugestão de novos produtos para os mercados brasileiro e latino-americano. O desenvolvimento final continuará sendo feito na matriz, no Vale do Silício. Sobre a perene questão sobre a construção de uma fábrica de chips da Intel no país, Otellini foi direto: "Não há planos de novas instalações no Brasil ou em outros países, nem agora nem no futuro imediato".
O novo presidente da Intel, que veio para um evento com os funcionários da filial brasileira, também falou sobre as mudanças no comando da empresa. Ele assume formalmente o posto de CEO em 15 de maio, mas na prática já vem atuando como o principal executivo desde o início do ano. Vai suceder a Craig Barrett, que comandou a companhia por oito anos. "Ainda é cedo para falar do legado de Barrett, mas certamente ele será lembrado como o CEO que fez da Intel uma das gigantes mundiais da manufatura", afirmou Otellini. "Mesmo com a queda mundial no setor de semicondutores nos anos de 2001 e 2002, ele não deixou de investir em capacidade de produção. Quando o mercado voltou a se aquecer, no ano passado, estávamos prontos para crescer." Segundo Otellini, não haverá grandes mudanças na gestão da empresa. "Tanto Barrett como eu somos veteranos de mais de 30 anos da companhia, e muitos até nos confundem pelos corredores. É claro que nossa história é diferente. Ele esteve mais ligado à engenharia, e eu, ao marketing. Mas não haverá mudanças bruscas."
Apesar disso, a gestão de Otellini começa com ma grande reorganização da empresa. A Intel abandonou as tradicionais divisões por produtos e criou cinco novas áreas: usuários domésticos, usuários corporativos, mobilidade, saúde e mercados emergentes. A reorganização envolveu quase 40 000 funcionários da empresa. Sobre o futuro da tecnologia baseada em silício, Otellini reafirmou que a capacidade de processamento dos chips continua dobrando a cada 18 meses. "A Lei de Moore segue viva. Nossas projeções indicam que poderemos seguir aumentando a capacidade de nossos processadores até 2013, pelo menos. Mas é claro que há outras maneiras de melhorar a performance dos computadores além do aumento do número de transistores em cada chip", disse o CEO da Intel.