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“Há um lugar especial no inferno para mulheres que não se ajudam”

Esta história faz parte de uma série de relatos sobre Mulheres e Tecnologia

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DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2014 às 08h33.

Esta história faz parte de uma série de relatos sobre Mulheres e Tecnologia. Para saber mais sobre como elas estão se mobilizando em uma indústria historicamente masculina, veja a edição da revista INFO de Março.

A engenheira Nirvana Deck, 35 anos, costuma dizer que sempre viveu cercada de homens. “Não é apenas no primeiro ano da faculdade. Das poucas meninas que entram, muitas desistem e, depois de cinco anos de formadas, outras tantas mudam de área”, afirma.

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Nascida no Recife, Nirvana conseguiu uma bolsa para cursar engenharia na Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Há nove anos, trabalha na Boeing, onde foi a primeira e única brasileira a trabalhar na linha de montagem do avião F/A-18E/F Super Hornet. Hoje, é gerente de projetos na equipe de tecnologia global da Boeing Pesquisa e Tecnologia (BR&T).  “Acho que a mulher sempre tem que fazer um pouco mais para se provar, e não só em engenharia. Muitas vezes, o homem é promovido por demonstrar potencial. A mulher só quando demonstra resultado”, afirma.

Talvez por isso, em sua opinião, as poucas mulheres do mercado acabem sendo muito competitivas entre si, o que só prejudica suas carreiras. “Nunca esqueço de uma palestra em que uma executiva disse que havia um lugar especial no inferno para as mulheres que não ajudam outras mulheres”, afirma.  O ambiente com poucas mulheres não é apenas ruim para atrair novas funcionárias, mas também prejudica o desempenho das empresas.

“Grupos diversificados pensam em soluções melhores”, diz Nirvana. Na Boeing, ela participa de um grupo para mulheres em cargos de liderança, um dos muitos projetos da empresa para tentar aumentar a diversidade nos cargos de engenharia. Hoje, cerca de 27% da força de trabalho da empresa é feminina e há duas mulheres presidentes de unidades internacionais: Donna Hrinak, na Boeing Brasil, e Henryka Bochniarz, da Polônia. “É muito bom ter esses exemplos em cargos de liderança”, diz Nirvana. “Nos grupos de mulheres da empresa, vejo que uma das dúvidas mais frequentes das meninas mais jovens é sobre ser possível conciliar família e trabalho.  Acho que existe uma resposta, né?”

Veja mais sobre Mulheres & Tecnologia na revista INFO deste mês.

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