O governo americano deu quatro meses para que as companhias telefônicas que oferecem ligações pela internet (voz sobre IP ou VoIP) disponibilizem também acesso rápido aos serviços públicos de emergência. Caso não cumpram a determinação, serão proibidas de operar. A decisão marca uma mudança radical na postura da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), órgão responsável pela regulamentação do setor nos Estados Unidos.

O FCC afirma que há registros de vários casos de ocorrências graves, em que o socorro não chegou a tempo porque não se conseguiu localizar as vítimas a tempo. "Precisamos tomar todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento dessa determinação e evitar que mais vidas sejam perdidas", afirmou Kevin Martin , presidente da comissão a The Wall Street Journal.

Nas ligações tradicionais, via telefone fixo, as chamadas para o número 911, que centraliza os pedidos de emergência nos Estados Unidos, são automaticamente encaminhadas para um posto de atendimento próximo ao local da ocorrência, porque as companhias telefônicas conhecem o endereço de onde parte a ligação. Nas chamadas via VoIP, porém, um mesmo número de telefone pode originar ligações de qualquer cidade atendida pela telefônica, o que dificulta bastante a localização das vítimas e o encaminhamento a um posto de emergência próximo.

Para The Wall Street Journal, muitas empresas terão dificuldades de encontrar uma solução para o problema em quatro meses. A determinação também terá impacto sobre os custos operacionais das operadoras de telefonia via VoIP, o que reduzirá a taxa de crescimento do setor. Para providenciar acesso ao sistema 911, as empresas serão obrigadas a desenvolver sistemas de conexão de alta velocidade, com capacidade para 6 000 chamadas de emergência (se você é assinante, leia também reportagem de EXAME sobre o avanço da telefonia pela internet).