Google na China: a versão censurada bloquearia buscas sobre direitos humanos, religião e protestos (Aly Song/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de agosto de 2018 às 11h18.
Última atualização em 6 de agosto de 2018 às 11h26.
Pequim - O Google terá que se submeter às leis da China como "requisito prévio e indispensável" para retornar ao mercado do país, segundo um editorial publicado nesta segunda-feira no "Diário do Povo", o principal jornal oficial chinês.
"A China dá as boas-vindas ao Google, mas a empresa deve cumprir com as leis do país se realmente deseja retornar", disse o jornal, órgão oficial do Partido Comunista da China (PCCh).
Na quinta-feira, o "The Intercept" filtrou que o Google, bloqueado na China desde 2010, está planejando relançar seu motor de busca nesse país com resultados censurados para cumprir com os requisitos das autoridades chinesas.
A versão censurada bloquearia buscas sobre direitos humanos, religião e protestos pacíficos, o que motivou as críticas de organizações como a Anistia Internacional.
No entanto, para a China o ciberespaço "deve ser regulado por leis e regulações nacionais", e "não será permitido que a internet fique cheia de pornografia, violência, mensagens subversivas, separatismo étnico, extremismo religioso, elementos racistas e terrorismo", explica o editorial.
A publicação também assegura que a China é agora "bem mais aberta" do que há oito anos, mas que seguirá garantindo que "as atividades no ciberespaço são seguras para a sociedade".
O editorial também critica a decisão do Google de sair do mercado chinês há oito anos, o que foi "um grande equívoco".
"O certo é que o Google sempre foi uma marca politizada. E isto é uma tragédia, porque perdeu oportunidades de ouro no desenvolvimento de internet deste país", afirma o jornal oficial.
Retornar à China está agora em mãos da empresa, já que, da mesma forma que qualquer outra multinacional, pode ganhar o mercado chinês "desde que respeite as leis e regulações" nacionais, segundo o "Diário do Povo".