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Exportação de softwares só cresce com ajuda de multinacionais

Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, o Brasil só exportará US$ 2 bilhões em 2007 se as empresas brasileiras conseguirem se aliar a parceiros internacionais

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h37.

O aumento das exportações brasileiras de softwares só crescerá nas proporções almejadas pelo governo se as empresas contarem com a parceria de multinacionais. A avaliação é do ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos. "Temos que nos aliar às grandes empresas do exterior para explorar nichos em que os softwares brasileiros são competitivos", afirmou. Entre os filões em que o Brasil se destaca, conforme o ministro, estão os softwares para o sistema financeiro e para os serviços virtuais do governo federal.

O ministro, entretanto, considera difícil cumprir a meta de exportar 2 bilhões de dólares por ano até 2007, estipulada, segundo Campos, antes de sua posse no ministério. "É uma meta de exportação cabalística e ousada", disse Campos nesta quinta-feira (16/9), durante seminário sobre a política nacional de softwares. Atualmente, o país exporta 100 milhões de dólares. "Estabelecemos metas porque é necessário, mas mais importante do que o prazo em que alcançaremos este número, é caminharmos em sua direção", diz o ministro.

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Para que as alianças com multinacionais sejam possíveis e o país dê um salto de exportações, será necessária a remoção de diversos obstáculos. O primeiro é criar um sistema de apoio à certificação internacional das companhias brasileiras. Segundo o ministro, um certificado reconhecido mundialmente não sai por menos de 1,5 milhão de dólares, valor acima das possibilidades da maioria das desenvolvedoras de softwares brasileiras. "É preciso pensar formas de financiamento à certificação", diz.

Outros pontos que dificultam as exportações são a falta de políticas trabalhista e tributária específicas para o setor. "O sistema tributário é muito atrasado e a produção de softwares precisa de uma intervenção mais sistêmica, como em outros países", afirma Campos.

O último ponto é o investimento na formação de mão-de-obra qualificada. Conforme o ministro, esse deve ser o "papel central do governo". O Brasil forma, anualmente, cerca de 4 mil mestres e 1,3 doutores nas áreas de informática e afins, números considerados insuficientes por Campos para que o país dê um salto nas exportações. Ele afirmou que é preciso rever a política de financiamento para formação de pesquisadores, a fim de estimular a aproximação com a iniciativa privada. "Sem o contato com as empresas, formaremos alguém cujo conhecimento envelhecerá muito rápido."

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