Os blogs devem ser considerados com mais atenção pelo mundo tradicional da política. Os blogs são páginas na internet atualizadas rapidamente e compostas por textos curtos publicados em ordem cronológica. Dois terços dos blogs fizeram campanha pelo "não" no referendo realizado na França para decidir a aceitação ou rejeição da nova Constituição européia. A mídia convencional, especialmente a TV e os jornais, favorecia o "sim" à nova Carta.

Segundo estudo divulgado pelo Financial Times nesta quarta-feira (13/7), esse episódio deve servir de alerta aos políticos. O pesquisador da Universidade de Tecnologia de Compiègne, Franck Ghitalla, concluiu, após analisar 2,5 milhões de sites, que os blogs exerceram um papel importante na conquista da opinião pública contra o tratado constitucional da União Européia.

A campanha pelo "não", diz o levantamento, foi abraçada por 161 dos 295 blogs com debates específicos sobre o referendo. Essa ágil força opinativa ajudou a redirecionar uma tendência inicialmente favorável ao "sim", dominante nas emissoras de televisão e nos jornais impressos.

"Os políticos precisam perceber que a internet é um território político que deve ser explorado", diz Ghitalla. "Em termos de marketing político, a campanha pelo 'sim' não teve uma boa estratégia", afirma o pesquisador (leia reportagem de EXAME sobre como os blogs invadiram as empresas).

Um estudo semelhante feito à época da eleição presidencial americana demonstrou que o Partido Republicano de George W. Bush foi mais hábil que os democratas e conquistou mais espaço favorável na "blogsfera".