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Empresa brasileira investe 4,9% da receita líquida em TI

As empresas brasileiras já gastam 4,9% da receita líquida com tecnologia da informação (TI). Apesar de ser metade do percentual nos Estados Unidos, o total sinaliza que a infra-estrutura no Brasil é "muito boa". A avaliação é de Fernando Meirelles, diretor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Fundação Getúlio Vargas […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h42.

As empresas brasileiras já gastam 4,9% da receita líquida com tecnologia da informação (TI). Apesar de ser metade do percentual nos Estados Unidos, o total sinaliza que a infra-estrutura no Brasil é "muito boa". A avaliação é de Fernando Meirelles, diretor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenador da 15ª Pesquisa Anual de Informática e Uso nas Empresas.

Há três anos, quando o empresariado brasileiro gastava 4% com TI - já acima da média d 3% da América Latina -, Meirelles previu que, em 2006, o percentual chegaria em 5%. "Chegamos antes. É uma evolução gigantesca", diz o professor. Uma das razões que pode justificar o crescimento acelerado para a previsão é a queda no custo de hardware e software. Em 2002, o Custo Anual Por Teclado (CAPT) - o que inclui todos os gastos para instalar um computador, com o hardware e programas necessários, além de integração com rede, conexão à internet - era de 10 mil dólares. No ano passado, caiu para 9,2 mil dólares. Em 1988, ele era de 16 mil dólares.

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Apesar disso, o uso efetivo dessa estrutura ainda deixa muito a desejar, já que os usuários ainda utilizam poucas funções que os softwares e hardwares permitem. "Um exemplo é o cliente de um banco usar a interface na internet que a instituição oferece só para consultar o saldo. A interface é comparável à de qualquer país desenvolvido. Mas o uso dela é bem reduzido", afirma.

De acordo com a pesquisa, que é realizada há 15 anos, o ramo de serviços se destaca: o setor dedica, em média, 7,3% da receita líquida na manutenção e em novos investimentos em TI. O comércio é o que menos gasta, com 2,2% da receita líquida.

Segundo Meirelles, os prestadores de serviços mostram o alto percentual especialmente em razão do setor financeiro. Em 2003, os bancos gastaram, em média, 10,4% do patrimônio líquido com informatização, praticamente o dobro da média das empresas. "Não houve economia de escala com as fusões dos bancos. Ao contrário, eles começaram a esbarrar na fronteira da alta tecnologia, tendo que investir ainda mais", afirma Meirelles.

No comércio, o varejo (lojas, supermercados, farmácias, etc.) gastou abaixo da média do setor (1,8% da receita líquida). Na indústria, que em média desembolsou 3,2% da receita líquida em TI, os gastos dos setores químico e petroquímico, que em alguns anos da década de 90 gastaram acima da média, ficaram em 2,8% no ano passado.

A pesquisa, realizada pelo Centro de Informática Aplicada (CIA) da FGV-EAESP, ouviu 1.502 empresas, entre elas 60% das 500 maiores companhias do país. Participaram da amostra grandes e médias empresas. O levantamento é realizado desde 1988.

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