Tecnologia

É um cd ou não é?

A indústria da música busca proteção na tecnologia. E esbarra nos protestos e na criatividade dos consumidores

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h42.

Parece não haver impedimentos técnicos para que as redes paralelas de compartilhamento de arquivos cresçam em conveniência e eficiência." Assim começa a conclusão de um estudo realizado por quatro engenheiros da Microsoft em novembro passado em uma reunião da Associação para Equipamentos de Computação (ACM, na sigla em inglês). A mais tradicional entidade da indústria da tecnologia estava interessada em saber qual a eficácia dos sistemas de proteção digital de conteúdo. Em duas palavras, a resposta foi: não funcionam.

Por vias diferentes, as gravadoras estão chegando à mesma conclusão. A explosão do formato MP3 já completa cinco anos, e até agora não se encontrou um modelo econômico viável e seguro para vender na internet um produto feito puramente de bits. As iniciativas mais recentes têm duas pontas. De um lado, criaram-se sistemas para impedir que as músicas dos CDs possam ser copiadas para um computador e, conseqüentemente, distribuídas livremente pela rede.

A iniciativa não foi bem recebida. Muitos desses discos não podem ser reproduzidos em alguns computadores e aparelhos de som. Um site brasileiro, a Agenda do Samba e Choro, criou uma campanha online de boicote aos CDs protegidos. E, ainda por cima, a proteção foi quebrada em questão de semanas -- adolescentes alemães descobriram que bastava cobrir a circunferência externa dos discos com uma caneta porosa para burlar o sistema. Além disso, a Philips, dona da patente dos compact discs, afirmou que os discos não poderiam ser chamados de CD, pois continham alterações no formato original.

A outra ponta da estratégia envolve a proteção dos arquivos digitais vendidos pela internet. Com uma tecnologia chamada DRM (digital rights management, ou gerenciamento dos direitos digitais), as grandes gravadoras criaram espécies de clubes de música. Em troca de um pagamento mensal, o consumidor pode copiar para seu computador um determinado número de músicas. Mas os serviços, lançados em meados do ano passado, até agora atraíram pouca atenção. Na maioria dos casos, o sistema de DRM impõe uma série de restrições às músicas compradas, como a proibição de gravá-las em CDs ou até mesmo de transferi-las para aparelhos portáteis. Com o DRM, a indústria se aproxima de um modelo parecido com o da indústria do software: em vez de comprar o produto, paga-se por uma licença de uso. Mas se essa transição vai se confirmar é para lá de incerto. Além das dificuldades técnicas, é difícil competir com a oferta de arquivos gratuitos no formato MP3, o padrão dominante da rede.

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