Dilma e Obama (Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2013 às 11h46.
A presidente Dilma Rousseff decidiu cancelar sua viagem oficial aos Estados Unidos, marcada para o dia 23 de outubro. No Palácio do Planalto a informação é que não há clima para a realização da viagem de Estado a Washington após as suspeitas de espionagem envolvendo o governo americano.
As respostas dadas até agora sobre os vazamentos de Edward Snowden, segundo quem a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) monitorou conversas da própria Dilma, além de dados da Petrobras, não foram satisfatórias, na avaliação da presidente. Por isso, o adiamento seria a melhor solução, para que, até lá, o assunto espionagem saia da pauta principal e se possa considerar poder discutir questões econômicas.
A resposta do Brasil está sendo informada aos Estados Unidos e a forma de comunicado, construída em conjunto entre os dois países. Os norte-americanos também vão anunciar uma decisão por Washington. Enquanto isso, Dilma mantém a disposição de usar seu discurso da ONU, na semana que vem, para criticar o monitoramento.
No início da crise, há dois meses, a reação americana ficou muito aquém do que esperava o Brasil. No fim da tarde dessa segunda, 16, Obama telefonou para Dilma para tratar do assunto. Nem o Itamaraty nem a Presidência revelaram detalhes da conversa dos dois - que aconteceu às 18h30 e durou cerca de 20 minutos.
Há duas semanas, a presidente já havia mandado cancelar a viagem da equipe preparatória, que cuida de toda a logística da visita e define os detalhes da agenda. Na semana passada, durante reunião de cúpula do G-20, na Rússia, Dilma declarou que sua ida dependeria de "condições políticas" a serem criadas por Obama.