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Depois do Twitter, governo turco bloqueia acesso ao YouTube

O governo turco ordenou o bloqueio do site YouTube, uma semana depois de ter feito a mesma coisa com o Twitter

Montagem com imagem do Twitter em smartphone com bandeira da Turquia ao fundo: decisão referente ao YouTube foi comunicada aos servidores de internet (Ozan Kose/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 13h48.

Ancara - O governo turco ordenou nesta quinta-feira o bloqueio do site YouTube , uma semana depois de ter feito a mesma coisa com o Twitter , depois da divulgação de novas gravações piratas que questionam o regime, informou a imprensa turca.

A decisão referente ao YouTube foi comunicada aos servidores de internet e as operadoras turcas, informou o jornal Hurriyet em seu site.

Na véspera, a justiça turca ordenou ao governo o fim do bloqueio do Twitter, motivo de uma enorme polêmica a poucos dias das eleições municipais de domingo, que parecem cada vez mais complicadas para o governo do primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan .

Um tribunal administrativo de Ancara, ao qual a oposição parlamentar e várias organizações não governamentais apresentaram recursos, considerou que a medida imposta pelo governo é "contrária aos princípios do Estado de direito" e ordenou à Autoridade Turca de Telecomunicações TIB) o fim do bloqueio.

O governo anunciou que iria acatar a decisão judicial.

Desde quinta-feira da semana passada, a TIB bloqueava o acesso à rede social, acusada pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan de propagar as acusações de corrupção contra o governo.

Nos últimos dias, Erdogan tentou justificar a medida e denunciou "mentiras" e "ataques contra a segurança" do país.

"O Twitter deve respeitar a lei turca", disse.

"Não somos uma república das bananas", repetiu em vários comícios.

Na ocasião, o primeiro-ministro ameaçou fazer o mesmo com o YouTube e o Facebook.

O principal partido opositor, o Partido Republicano do Povo (CHP), comemorou a decisão.

"É impossível deixar que um regime totalitário silencie a tecnologia", disse um dos vice-presidentes do CHP, Mrehan Halici.


Os 12 milhões de internautas turcos conseguiram em sua maioria burlar o bloqueio da rede social.

A decisão, no entanto, provocou uma avalanche de críticas à "censura" imposta pelo governo islamita moderado, no poder desde 2002.

Em um clima eleitoral tenso, a oposição acusou Erdogan de atuar como um "ditador" e de querer impedir o avanço das investigações de corrupção que afetam várias pessoas ligadas ao chefe de Governo.

O presidente turco Abdullah Gül, utilizador assíduo das redes sociais, criticou a medida.

"É uma situação desagradável para um país desenvolvido como a Turquia, um personagem regional de peso que está negociando com a União Europeia", disse o presidente.

Muitos países criticaram a decisão do governo.

O governo turco justificou o bloqueio total do Twitter com a impossibilidade de conseguir, apesar de "centenas" de decisões da justiça, que vários sites deixassem de divulgar trechos de conversas telefônicas gravadas ilegalmente que afetam Erdogan, aliados e ministros.

Nos últimos meses, o governo de Erdogan foi abalado por um vasto escândalo político-financeiro, que ele atribui a um rival político, o pregador muçulmano Fethullah Gülen, que mora nos Estados Unidos.

O primeiro-ministro respondeu com uma série de punições na polícia e na justiça, suspeitas de infiltração de "gulenistas", assim como com a provação de uma polêmica lei sobre o controle da internet.

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Ancara - O governo turco ordenou nesta quinta-feira o bloqueio do site YouTube , uma semana depois de ter feito a mesma coisa com o Twitter , depois da divulgação de novas gravações piratas que questionam o regime, informou a imprensa turca.

A decisão referente ao YouTube foi comunicada aos servidores de internet e as operadoras turcas, informou o jornal Hurriyet em seu site.

Na véspera, a justiça turca ordenou ao governo o fim do bloqueio do Twitter, motivo de uma enorme polêmica a poucos dias das eleições municipais de domingo, que parecem cada vez mais complicadas para o governo do primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan .

Um tribunal administrativo de Ancara, ao qual a oposição parlamentar e várias organizações não governamentais apresentaram recursos, considerou que a medida imposta pelo governo é "contrária aos princípios do Estado de direito" e ordenou à Autoridade Turca de Telecomunicações TIB) o fim do bloqueio.

O governo anunciou que iria acatar a decisão judicial.

Desde quinta-feira da semana passada, a TIB bloqueava o acesso à rede social, acusada pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan de propagar as acusações de corrupção contra o governo.

Nos últimos dias, Erdogan tentou justificar a medida e denunciou "mentiras" e "ataques contra a segurança" do país.

"O Twitter deve respeitar a lei turca", disse.

"Não somos uma república das bananas", repetiu em vários comícios.

Na ocasião, o primeiro-ministro ameaçou fazer o mesmo com o YouTube e o Facebook.

O principal partido opositor, o Partido Republicano do Povo (CHP), comemorou a decisão.

"É impossível deixar que um regime totalitário silencie a tecnologia", disse um dos vice-presidentes do CHP, Mrehan Halici.


Os 12 milhões de internautas turcos conseguiram em sua maioria burlar o bloqueio da rede social.

A decisão, no entanto, provocou uma avalanche de críticas à "censura" imposta pelo governo islamita moderado, no poder desde 2002.

Em um clima eleitoral tenso, a oposição acusou Erdogan de atuar como um "ditador" e de querer impedir o avanço das investigações de corrupção que afetam várias pessoas ligadas ao chefe de Governo.

O presidente turco Abdullah Gül, utilizador assíduo das redes sociais, criticou a medida.

"É uma situação desagradável para um país desenvolvido como a Turquia, um personagem regional de peso que está negociando com a União Europeia", disse o presidente.

Muitos países criticaram a decisão do governo.

O governo turco justificou o bloqueio total do Twitter com a impossibilidade de conseguir, apesar de "centenas" de decisões da justiça, que vários sites deixassem de divulgar trechos de conversas telefônicas gravadas ilegalmente que afetam Erdogan, aliados e ministros.

Nos últimos meses, o governo de Erdogan foi abalado por um vasto escândalo político-financeiro, que ele atribui a um rival político, o pregador muçulmano Fethullah Gülen, que mora nos Estados Unidos.

O primeiro-ministro respondeu com uma série de punições na polícia e na justiça, suspeitas de infiltração de "gulenistas", assim como com a provação de uma polêmica lei sobre o controle da internet.

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