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Depois da versão em português, Trello quer chegar aos 100 milhões de usuários

App foi criado a partir da necessidade de Joel Spolsky e hoje passa dos 8 milhões de usuários - cerca de 600 mil no Brasil

trello (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 18h38.

Gerenciar uma equipe não é exatamente fácil, como Joel Spolsky um dia percebeu. Gerente de uma equipe de desenvolvedores, o engenheiro de software não conseguia manter o controle sobre o que seus funcionários faziam. Mas em vez de reclamar da vida, o norte-americano foi um pouco além – e criou, nos idos de 2011, um aplicativo de organização de projetos, o Trello, que hoje tem 8 milhões de usuários e almeja passar da marca dos 100 milhões.

O nome ainda não é tão popular quanto o de Facebook ou Google por aqui. No entanto, o serviço, baseado no conceito do kanban popularizado pela Toyota, tem seus méritos. Só aqui no Brasil, por exemplo, o app gratuito passou dos 600 mil usuários desde que ganhou sua versão em português, na última terça-feira (19). O número ainda é só uma parcela dos quase 10 milhões estimados pela empresa – um valor que cresce a uma taxa de “100 mil por semana”, conforme explicou à INFO o engenheiro Spolsky.

Para um programa que nasceu para gerenciar projetos em uma empresa de TI, o crescimento é surpreendente – até para seu próprio criador. O engenheiro contou que, até o meio de 2012, o aplicativo tinha seus 500 mil usuários. O número dobrou ao fim do mesmo ano, foi multiplicado por oito em maio de 2014 e depois por dezesseis no mesmo mês em 2015. Ainda falta chão para atingir a meta ambiciosa, que é de 100 milhões de usuários. Mas também não há um prazo definido para que a empresa bata esse número.

De qualquer forma, o que explica esse aumento? “Acho que é só porque o Trello é muito útil para muita gente”, arriscou Spolsky, durante a conversa por telefone. “Ele funciona para casa e para o trabalho, é uma daquelas aplicações multiuso, que também funcionam para planejar no profissional.” E é esse o ponto crucial, na visão do engenheiro – que ainda ressaltou o fato de nunca ter investido em publicidade para “vender” o programa.

“O que acontece é que as pessoas usam o Trello no ambiente de trabalho e acabam pensando em todos os tipos possíveis de uso”, explicou. “Para planejar casamentos, a renovação da casa, organizar uma festa, entre outras possibilidades.” Essas pessoas, então, compartilham os quadros criados no app com os amigos, o que acaba trazendo-os para o app. E é aí que ele faz o caminho reverso, e vai da casa para o trabalho, reiniciando o ciclo de divulgação boca a boca.

E pelo menos segundo as análises da própria empresa, que o engenheiro comanda com seu colega Michael Pryor, o cenário de uso do app é realmente variado assim. Só no evento de lançamento do programa no Brasil, organizado na última quarta-feira (27), a dupla citou esses exemplos de casamentos e peladas (as de futebol) organizadas no Trello.

Usuários presentes – além de uma representante da marca no Brasil –, por sua vez, disseram que utilizavam a aplicação para fins tão distintos quanto ordenar receitas (de comida mesmo), montar palestras, organizar uma equipe de arte e, claro, gerenciar um time de TI. “Nós achamos que o Trello é uma ferramenta de gerenciamento de projetos, mas também que ele pode ser muitas outras coisas”, disse Pryor, na ocasião.

Planejamento para o futuro – Na conversa por telefone que teve com INFO, Spolsky não disse se utilizava o Trello para planejar o futuro da empresa. Ainda assim, falou abertamente das metas da companhia, que incluem traduzir a interface do programa para outros idiomas, sendo espanhol o primeiro da fila, seguido do alemão e talvez até do japonês. Na Espanha e nos outros países, porém, a chegada não terá tanto investimento, e se resumirá ao app traduzido.

Não que isso seja pouco trabalhoso, como o engenheiro destacou. “Quando você olha para o Trello, vê só algumas poucas palavras, a maioria suas, então não parece que já muito para mudar”, explicou. “Mas tivemos que descobrir tudo que estava em inglês no nosso código”, inclusive nos dos apps para Android, iOS e Apple Watch. “São todos diferentes, com texto em inglês escondido em muitos lugares diferentes.”

Aqui no Brasil, essa parte, considerada a primeira fase, já está feita. “Só que ainda estamos tentando descobrir qual é a segunda”, disse Pryor, durante o evento de lançamento do Trello por aqui. O que ele e Spolsky já definiram é que ainda não há intenção de monetizar o app para o usuário final – hoje, há apenas pacotes Premium para empresas. “Nosso foco é atingir o maior número de pessoas antes. Acredito que as empresas verão um valor nisso.”

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