Dell escolhe Brasil para estreia em mercado de celulares
São Paulo - A americana Dell, terceira maior fabricante de computadores do mundo, estreia hoje no mercado de celulares. A empresa escolheu como parceiras a brasileira Claro e a China Mobile. Inicialmente, o telefone inteligente (smartphone) da Dell, que usa o sistema operacional Android, do Google, será vendido somente no Brasil e na China. “Decidimos […]
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 17h38.
São Paulo - A americana Dell, terceira maior fabricante de computadores do mundo, estreia hoje no mercado de celulares. A empresa escolheu como parceiras a brasileira Claro e a China Mobile. Inicialmente, o telefone inteligente (smartphone) da Dell, que usa o sistema operacional Android, do Google, será vendido somente no Brasil e na China. “Decidimos dar prioridade a dois países dos Brics”, afirmou Hans Erickson, gerente-geral do Segmento de Consumidor da Dell para a América Latina, referindo-se ao grupo de países formado também por Rússia e a Índia.
Segundo estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil fechou 2008 como o quinto maior mercado de celulares, com 150,6 milhões de acessos, atrás de China, Índia, Estados Unidos e Rússia. Em setembro, contava com 166,1 milhões de acessos, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Apesar de ainda pequeno, o mercado de smartphones é o que mais cresce no País, segundo Cox. Esses celulares inteligentes permitem ao usuário ter uma experiência de internet móvel comparável à do computador. O telefone da Dell vem concorrer com outros modelos baseados no Android, de fabricantes como Motorola, HTC e Samsung; com o iPhone, da Apple; com o BlackBerry, da RIM; e com os aparelhos que usam sistema operacional Windows, da Microsoft.
A entrada da Dell em celulares acontece ao mesmo tempo que fabricantes tradicionais, como Nokia, lançam computadores portáteis no mercado mundial. Na semana passada, a Samsung anunciou sua entrada no mercado brasileiro de notebooks e de netbooks (ultraportáteis). A fabricante sul-coreana tem uma vantagem sobre outros fabricantes por produzir peças como discos rígidos e monitores, o que lhe permite ter preços mais agressivos.
Mercado do futuro
A Dell e a Claro não quiseram divulgar o preço do aparelho e sua configuração. Também não disseram até quando dura o contrato de exclusividade. Informaram somente que o Brasil receberá o aparelho com conexão de terceira geração (3G), e a China, não. “O modelo 3G chega primeiro aqui, com todo respeito aos chineses”, afirmou Cox. A operadora também negocia a venda dos netbooks da Dell a seus clientes, com o pacote de conexão 3G. A Dell conversa com a controladora da Claro, a mexicana América Móvil, para levar seu telefone inteligente para outros países latinos.
“Esse movimento da Dell na direção da mobilidade começou há um ano, quando lançamos netbooks”, disse Erickson. “Hoje temos aparelhos com telas de três a 30 polegadas.” Entre as características importantes do aparelho, o executivo ressaltou o Android, que é um software de código aberto; as dimensões e o design do aparelho; e sua capacidade de multitarefa (ou seja, de rodar vários programas ao mesmo tempo). O telefone da Dell poderá usar os aplicativos já desenvolvidos para outros modelos baseados no Android.
Quando visitou o Brasil, na semana passada, Michael Dell, fundador e presidente da empresa que leva seu sobrenome, destacou a importância do setor de celulares. “É o mercado do presente e do futuro”, afirmou o executivo. Durante a visita, para comemorar dez anos de presença no País, Dell afirmou que o mercado brasileiro é estratégico. “Não existem muitos mercados como esse”, disse. “Entre os Brics, o Brasil é menor que a China, mas maior que a Índia e a Rússia. Até 2015, deve se tornar o quarto maior mercado do mundo. O Brasil é chave para a economia da América Latina.” A Dell é líder na venda de computadores para o mercado corporativo no País, segundo a consultoria IDC.
No lançamento, o celular não estará à venda no site, principal canal de vendas da Dell. Isso deve acontecer enquanto durar o acordo com a Claro. A Dell prevê o lançamento de novos modelos e uma integração maior entre seus celulares e PCs. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.