Conhece o albedo? Ele está diminuindo e isso não é nada bom
Novo estudo indica que o degelo tem reduzido o fator de refletividade do Ártico, o que leva a uma maior absorção de calor e à amplificação das mudanças climáticas
Vanessa Barbosa
Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 16h22.
São Paulo - A quantidade de luz solar que está sendo absorvida ou refletida pela Terra é uma das forças motrizes para o tempo e o clima . Esse poder de reflexão de uma superfície é conhecido como albedo. Quanto menor o albedo, mais energia a partir do Sol é absorvida. É exatamente isso o que está acontecendo no Ártico.
Um novo estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academies of Science (PNAS) indica que o degelo tem reduzido o fator de refletividade da região polar, levando a uma maior absorção de energia.
Se a quantidade de energia absorvida muda, isso tem um efeito sobre o balanço de energia da Terra e, finalmente, afeta o nosso tempo e o clima, reforçando os fenômenos das mudanças climáticas .
Neve brilhante e camadas brancas de gelo têm um alto albedo, ou seja, elas refletem com eficiência a radiação solar de volta para o espaço, enquanto que as áreas verdes, como florestas e campos têm um albedo muito menor, assim como a profundeza escura dos oceanos.
Tempo de escuridão no Ártico
Através de informações fornecidas por satélites, os pesquisadores do Scripps Institution of Oceanography descobriram que a região está mais escura, atualmente, do que no final dos anos 1970.
Naquela época, o Ártico refletia 52 por cento dos raios que incidiam sobre sua superfície e absorvia os outros 48 por cento.
De lá pra cá, a temperatura subiu 2 graus Celsius na região, que perdeu 40 por cento de sua extensão mínima de cobertura de gelo marinha no período do verão.
O resultado? Em 2011, segundo a pesquisa, os números de refletividade haviam invertido — 48 por cento da luz solar estava sendo refletida e 52 por cento estava sendo absorvida.
A queda do albedo é, reconhecidamente, uma consequência das mudanças climáticas. Um efeito que retroalimenta o problema, a medida que acelera o ritmo das mudanças.
Segundo os cálculos dos cientistas, a quantidade de energia extra que a Terra acumulou devido ao declínio da albedo do Ártico é equivalente a cerca de um quarto da quantidade de energia que ficou presa aqui, durante o mesmo período, por conta do aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
Abaixo, um vídeo (em inglês) feito pela Nasa explica de forma didática a atuação do albedo na Terra. Na animação, o mundo se divide entre margarida brancas e negras. Quanto maior a quantidade de margaridas escuras, menos luz é refletida de volta para o espaço.
//www.youtube.com/embed/sCxIqgZA7ag
Invasão de vegetação
Um outro estudo liderado pela Nasa, em 2013, indica que as áreas florestais poderão aumentar 50% na região do Ártico , em decorrência do aumento médio da temperatura global até 2050.
Os efeitos para o meio ambiente e o clima não são animadores. Segundo os cientistas, a redução da área coberta por neve por causa da expansão das zonas verdes poderá reduzir refletividade da superfície terrestre na região, aumentando assim a radiação absorvida.
São Paulo - A quantidade de luz solar que está sendo absorvida ou refletida pela Terra é uma das forças motrizes para o tempo e o clima . Esse poder de reflexão de uma superfície é conhecido como albedo. Quanto menor o albedo, mais energia a partir do Sol é absorvida. É exatamente isso o que está acontecendo no Ártico.
Um novo estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academies of Science (PNAS) indica que o degelo tem reduzido o fator de refletividade da região polar, levando a uma maior absorção de energia.
Se a quantidade de energia absorvida muda, isso tem um efeito sobre o balanço de energia da Terra e, finalmente, afeta o nosso tempo e o clima, reforçando os fenômenos das mudanças climáticas .
Neve brilhante e camadas brancas de gelo têm um alto albedo, ou seja, elas refletem com eficiência a radiação solar de volta para o espaço, enquanto que as áreas verdes, como florestas e campos têm um albedo muito menor, assim como a profundeza escura dos oceanos.
Tempo de escuridão no Ártico
Através de informações fornecidas por satélites, os pesquisadores do Scripps Institution of Oceanography descobriram que a região está mais escura, atualmente, do que no final dos anos 1970.
Naquela época, o Ártico refletia 52 por cento dos raios que incidiam sobre sua superfície e absorvia os outros 48 por cento.
De lá pra cá, a temperatura subiu 2 graus Celsius na região, que perdeu 40 por cento de sua extensão mínima de cobertura de gelo marinha no período do verão.
O resultado? Em 2011, segundo a pesquisa, os números de refletividade haviam invertido — 48 por cento da luz solar estava sendo refletida e 52 por cento estava sendo absorvida.
A queda do albedo é, reconhecidamente, uma consequência das mudanças climáticas. Um efeito que retroalimenta o problema, a medida que acelera o ritmo das mudanças.
Segundo os cálculos dos cientistas, a quantidade de energia extra que a Terra acumulou devido ao declínio da albedo do Ártico é equivalente a cerca de um quarto da quantidade de energia que ficou presa aqui, durante o mesmo período, por conta do aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
Abaixo, um vídeo (em inglês) feito pela Nasa explica de forma didática a atuação do albedo na Terra. Na animação, o mundo se divide entre margarida brancas e negras. Quanto maior a quantidade de margaridas escuras, menos luz é refletida de volta para o espaço.
//www.youtube.com/embed/sCxIqgZA7ag
Invasão de vegetação
Um outro estudo liderado pela Nasa, em 2013, indica que as áreas florestais poderão aumentar 50% na região do Ártico , em decorrência do aumento médio da temperatura global até 2050.
Os efeitos para o meio ambiente e o clima não são animadores. Segundo os cientistas, a redução da área coberta por neve por causa da expansão das zonas verdes poderá reduzir refletividade da superfície terrestre na região, aumentando assim a radiação absorvida.