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Chinês 'invisível' se camufla junto com outros 22 em Pequim

O chinês Liu Bolin se camufla com mais 22 pessoas em teatro de Pequim

artista chinês ( REUTERS/Jason Lee)

artista chinês ( REUTERS/Jason Lee)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 10h57.

Pequim - O artista chinês Liu Bolin, conhecido como "homem invisível" por se camuflar no cenário de fotos usando tintas, fez seu truque novamente, "sumindo" com outras 22 pessoas nas poltronas vermelhas de um teatro de Pequim.

Liu diz que a invisibilidade é uma metáfora do drama das pessoas comuns na sociedade moderna.

"Na China, as pessoas mantêm há muito tempo um estilo de vida da uniformidade em vermelho, especialmente as pessoas comuns. Elas chegaram a introjetar a uniformidade de comportamento ou pensamento no seu sangue", disse Liu à Reuters TV, no evento da quinta-feira.

"Eu queria questionar isso por meio dessa obra, e dizer ao público e às pessoas que têm interesse na minha obra que essa questão apresenta alguns problemas."

Liu passou várias horas imóvel com seus modelos, enquanto uma equipe de pintores imitava cuidadosamente as cores e linhas das poltronas sobre roupas, rostos e cabelos.

O artista de 40 anos, que também é escultor, já expôs na Ásia, Europa, Oriente Médio, Estados Unidos e América Latina. Sua série "Escondendo-se na Cidade" tem fotos em que ele passa despercebido diante de monumentos, murais, edifícios e cenas do cotidiano em Pequim, Veneza, Nova York e outros lugares.

Desde 2005, Liu já fez mais de cem "obras invisíveis". Em seu novo projeto, chamado "Teatro Vermelho", ele pela terceira vez fez um grupo inteiro sumir. O tema da "cadeira vermelha" já havia sido abordado em 2010, no teatro La Scala, em Milão.

O tema da invisibilidade foi inicialmente feito como protesto pela demolição do ateliê de Liu em Pequim, que ficava numa aldeia de artistas derrubada pelo governo. Mas desde então ele se apaixonou por essa forma e expressão.

A técnica já havia sido usada por Liu para disfarçar a banda de rock Bon Jovi para a capa do seu novo álbum "What About Now". Quando o fundo é relativamente simples, ele pode levar três a quatro horas para concluir um trabalho. Em ambientes mais complexos, leva até quatro dias.

No teatro, Liu e os demais vestem fardas militares e máscaras faciais para protegerem o rosto antes de serem pintados. A vendedora Dong Zhaoyan, de 32 anos, disse que valeu a pena passar horas imóvel para participar de uma obra de Liu.

"Não tenho ideia de como está meu rosto agora", afirmou ela. "Estar neste evento significa muita coisa para mim."

(Reportagem de Sabrina Mao)

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