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Imposto verde aumentaria em 40% a sustentabilidade do Brasil, diz Marga Hoek, da Business for Good

Durante o evento IT Forum, a autora e pensadora holandesa destacou o impacto crescente das corporações e as novas oportunidades para o Brasil ser o centro da tecnologia sustentável

Marga Hoek: CEO da Business for Good
André Lopes

Repórter

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 09h58.

Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 11h27.

Marga Hoek, uma das principais pensadoras globais em negócios sustentáveis, defende que as ações de impacto estão cada vez mais concentradas no capital, na tecnologia e nos negócios. A ideia foi ecoada durante o IT Forum Praia do Forte, evento que ocorre nesta quinta-feira, 22, no litoral sul da Bahia. Marga também fez um alerta para o que ela vê como uma nova ordem mundial: as 69 das maiores economias do mundo não são países, mas sim empresas."Isso mostra o quanto importa o que as empresas fazem. Elas têm um impacto enorme e continuarão a ter".

Com uma carreira marcada por três mandatos como CEO e liderança na Associação Empresarial Sustentável Holandesa, e também do Business for Good, Marga alerta dificuldade que países e essas mesmas grandes empresas possuem para seguir as metas estabelecidas em eventos como a COP26. Embora tenha havido um comprometimento deUS$ 130 trilhõespor empresas privadas para alcançar o Net até 2050, ela lamenta que esses tópicos não sejam mais discutidos nas COPs subsequentes. "O lado bom dessas COPs é que elas definem ambições. O lado ruim é que não há acompanhamento”.

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Autora de obras influentes como New Economy Business (2014) e The Trillion Dollar Shift (2018), Marga enfatiza queos desafios representam novas oportunidades de mercado, especialmente em áreas como cidades sustentáveis, transportes inovadores e energia renovável. "Precisamos de soluções radicais que resolvam os problemas”, diz a pensadora a defender ações mais enfáticas sobre o clima.

Marga Hoek: CEO da Business for Good durante o IT Forum Praia do Forte

Novas oportunidades para o Brasil

Com uma trajetória reconhecida internacionalmente e presença em conselhos de grandes empresas como Aegon e Bank of Montreal, Marga Marga vê no Brasil um potencial enorme para liderar o movimento sustentável. "Este é o momento do Brasil. Com 60% da biodiversidade mundial e recursos naturais vastos, o país tem um enorme potencial para se transformar em um centro de inovação sustentável."

Segundo Marga, uma mudança no sistema tributário que incluísse um tipo de imposto verde poderia aumentar em 40% a sustentabilidade média do sistema. "Se colocarmos um preço adequado no carbono e na economia de recursos, o sistema sustentável funcionará ainda melhor no futuro”.

Ela também destaca o papel da imaginação na criação de soluções tecnológicas que podem ajudar a salvar o mundo. "É tão importante que recuperemos nossa imaginação. Precisamos dela para ver o que podemos fazer com a tecnologia e como podemos fazer isso funcionar”.

Além de ser reconhecida pelo Thinkers50 como uma das pensadoras de gestão mais influentes, Marga menciona exemplos de inovação que já estão em andamento, como a restauração de recifes de coral utilizando corais artificiais que são aceitos pelos ecossistemas marinhos. "Podemos realmente restaurar ecossistemas inteiros com tecnologia, e isso é apenas um exemplo do que é possível”.

Ao concluir, Marga reforça quea sustentabilidade não é mais sobre fazer menos mal, mas sim sobre fazer mais bem. "Precisamos criar impacto positivo em larga escala, e isso exige uma mudança de mentalidade nas empresas e na sociedade”.

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