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Assim é Lindows!

Michael Robertson, pai do MP3.com, enfrenta a Microsoft com um Linux que roda aplicativos do Windows

EXAME.com (EXAME.com)

Maurício Grego

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h27.

O que acontece quando se junta a agressividade nos negócios de um Bill Gates à originalidade de um Linus Torvalds? O resultado pode ser Michael Robertson, o homem por trás do LindowsOS, um Linux que deverá rodar também aplicativos do Windows. Apesar de muita gente ver o LindowsOS com ceticismo, Robertson tem a seu favor um histórico notável: ele foi um raríssimo caso de empreendedor que conseguiu ganhar dinheiro - e muito - com um negócio baseado em música na internet, o MP3.com. A empresa de música digital que ele criou atraiu a fúria das gravadoras como um pára-raios, foi processada por elas por estimular a pirataria e perdeu a briga. Ainda assim, Robertson conseguiu vendê-la à Vivendi Universal por 372 milhões de dólares. A turma da Napster deve ter morrido de inveja.

Agora, Robertson está usando tecnologia do Wine - um programa que habilita o Unix a rodar aplicativos do Windows - no desenvolvimento do LindowsOS. Ele espera vender o software a empresas como uma alternativa mais barata ao Windows XP. Robertson diz que o projeto já conta com vários milhõesde dólares dele mesmo e de um antigo investidor da MP3.com. Desde dezembro, ele vem enfrentando um processo da Microsoft, que o acusa de imitar o nome Windows - nada novo para alguém habituado a brigar com as grandes gravadoras.

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De qualquer maneira, o que está em jogo, agora, não é o produto em si, mas o nome Lindows. Mesmo que Robertson perca no tribunal, o que muitos juristas acham improvável, o software ainda pode ser lançado com outro nome. Se dinheiro e processos judiciais não são obstáculos para a Lindows.com, não se pode dizer o mesmo do desafio técnico que a empresa tem pela frente. A turma que desenvolve o Wine ( www.winehq.com ) está trabalhando nesse software desde 1993. Apesar de o programa emular certas funções do Windows, o grupo evita chamá-lo de emulador (o nome é formado pelas iniciais de Wine Is Not an Emulator). Os desenvolvedores alegam que um emulador deveria reproduzir em detalhes o ambiente do Windows. O Wine não vai tão longe. Ele cria apenas uma camada de compatibilidade para rodar os aplicativos.

Mesmo assim, é inevitável comparar o LindowsOS com os antigos emuladores de DOS para Unix e Macintosh, criados por empresas como Sun, Conectix, Insignia e FWB. Esses produtos nunca se disseminaram por dois motivos. O primeiro é que nenhum deles conseguiu 100% de compatibilidade. A Lindows.com também não promete compatibilidade total, mas é indispensável que o LindowsOS possa rodar, por exemplo, os aplicativos da série Office, da Microsoft. Senão, é pouco provável que consiga um sucesso expressivo.

O segundo motivo porque os emuladores têm tido uso muito restrito é que emulação sempre foi sinônimo de lentidão. Mantendo a camada de compatibilidade no mínimo indispensável, a equipe da Lindows.com espera ter um desempenho melhor. Se Robertson cumprir seu calendário, não vai ser preciso esperar muito para conferir. Até o dia 22 de janeiro, o lançamento estava prometido para este trimestre. O software deve custar 99 dólares.

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