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App brasileiro oferece viagens de jatinho de SP ao RJ por R$ 850

A Flapper pretende adicionar outros trechos entre as capitais paulista e mineira ao seu repertório ainda neste ano

Phenom 100: o jatinho é uma das aeronaves que o usuário pode escolher no app (Embraer/Divulgação)

Marina Demartini

Publicado em 26 de maio de 2017 às 05h55.

Última atualização em 26 de maio de 2017 às 09h58.

São Paulo – A Uber dos jatinhos está chegando às capitais paulista e fluminense. O aplicativo Flapper começou neste mês a oferecer viagens para o concorrido trecho São Paulo – Rio de Janeiro em aeronaves particulares por preços abaixo de mil reais a passagem de ida.

O serviço será feito entre os aeroportos de Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ). Para fazer uma viagem, basta baixar o app da Flapper, disponível para Android e iPhone. Na primeira vez que o aplicativo é aberto, o usuário precisa colocar informações básicas como CPF e RG. Já na página principal, ofertas do trecho estão dispostas.

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De acordo com Paul Malicki, CEO da Flapper, voos pré-programados de São Paulo ao Rio de Janeiro sairão às 9h de todas as quartas-feiras com retorno previsto para o mesmo dia às 18h. O preço por assento varia de 600 a 850 reais (apenas ida).

Para o CEO, uma grande vantagem do modelo é a burocracia praticamente inexistente. “É tudo mais fácil. Você pode chegar até dez minutos antes do voo e ficar no nosso lounge no hangar em Campo de Marte sem preocupação com filas", explica em entrevista a EXAME.com.

Em pesquisa feita por EXAME.com, avaliamos que voos saindo de São Paulo para o Rio de Janeiro no mesmo dia e horário propostos pela Flapper custam, em média, 530 reais (ida e volta) se feitos por empresas aéreas tradicionais.De acordo com Malicki, a Flapper está focada em dois públicos: o de classe alta e o de classe média alta, ou seja, "as pessoas que podem pagar um pouco mais para aproveitar o conforto da aviação privada".

Os próximos trechos pré-programados que a Flapper pretende oferecer para seus usuários são São Paulo – Brasília e São Paulo – Belo Horizonte. Uma atualização do aplicativo irá oferecer o trajeto de aeroportos a eventos específicos, como o Rock in Rio.

Atualmente, o passageiro pode usar o app de duas maneiras: comprar assentos disponíveis em um voo privado ou alugar um avião particular. No primeiro serviço, a Flapper freta um avião de um parceiro de táxi aéreo e depois anuncia o voo no aplicativo.O usuário pode comprar um dos assentos e, dependendo da quantidade de passageiros, a oferta é ajustada. Esse é o caso das viagens pré-programadas de São Paulo ao Rio de Janeiro.

Já no segundo, o usuário pode escolher qualquer destino--os mais buscados, como Angra dos Reis e Paraty (ambos no Rio de Janeiro), aparecem na tela inicial do app. O aluguel privado fica na faixa de 9 mil reais a 17 mil reais, dependendo do avião escolhido pelo usuário. Caso o comprador não consiga encher a aeronave, ele pode revender os assentos restantes para outros usuários do aplicativo.

Helicópteros e competição

Além do táxi aéreo de jatinhos, a Flapper oferece também viagens de helicópteros, de voos panorâmicos de dez minutos até trechos de longa distância. A diferença em comparação ao serviço de jatinhos é que, no caso do helicóptero, os pagamentos são por hora.

A Uber, vale lembrar, lançou no ano passado o UberCOPTER, um serviço que une usuários a operadoras de táxi aéreo.A empresa do Vale do Silício entrou recentemente em uma empreitada para implementar um novo serviço de táxis aéreos. Em abril deste ano, ela fechou parceria com companhias internacionais e com a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). O objetivo é ter o aval para realizar testes com um novo meio de transporte em 2020.

Histórico

A Flapper surgiu devido à rotina atribulada de um de seus fundadores, o russo Sergei Terentev. CEO da empresa de pagamentos Qiwi, Terentev pegava muitos voos. A partir dessa demanda, ele decidiu criar uma startup que permitisse o agendamento de voos particulares, tornando as viagens mais simples e rápidas.

Desde o seu lançamento, no primeiro semestre de 2016, já foram feitos mais de 50 voos a partir do aplicativo, segundo o CEO Paul Malicki.Recentemente, a startup recebeu um investimento de um milhão de reais e está em discussão com investidores do Brasil e do Oriente Médio para injetar mais três milhões de reais no app. A Flapper pretende usar grande parcela desse dinheiro para o estabelecimento de voos regulares entre aeroportos da região sudeste.

Para o futuro, a empresa pretende integrar sua API com os sistemas de viagens corporativas do Brasil. A meta é conectar-se a mais de seis mil agentes corporativos no país para permitir que clientes B2B reservem assentos individuais ou fretem jatos e helicópteros diretamente do sistema de reservas.

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