Tecnologia

Após ganhar US$ 66 bi, CEO da Naspers tenta repetir o feito

Koos Bekker passou 15 anos montado no foguete da internet chinesa graças a um investimento muito inteligente, e agora tenta fazer isso de novo


	Koos Bekker, CEO da Naspers: agora, disse ele, a tarefa é “encontrar países onde ainda existem brechas"
 (Getty Images)

Koos Bekker, CEO da Naspers: agora, disse ele, a tarefa é “encontrar países onde ainda existem brechas" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 20h49.

O bilionário sul-africano Koos Bekker passou quinze anos montado no foguete da internet chinesa graças a um investimento muito inteligente (ou muito afortunado).

Agora, ele está tentando fazer isso de novo.

Em 2001, a Naspers Ltd., o grupo de mídia que ele preside, colocou US$ 32 milhões em uma então obscura empresa de internet chamada Tencent.

Hoje, sua participação vale US$ 66 bilhões – quase o equivalente ao total do valor de mercado da Naspers.

Para demonstrar que é capaz de outros sucessos como a Tencent, Bekker está vasculhando o planeta em busca de novas transações com empresas tecnológicas.

“O que temos feito ao longo dos anos é assumir riscos enormes”, disse Bekker, enquanto bebia uma xícara de chá de rooibos na sede da Naspers, 19 andares acima da baía da Cidade do Cabo.

Agora, disse ele, a tarefa é “encontrar países onde ainda existem brechas, porque em muitos países as boas oportunidades já foram aproveitadas”.

Bekker, 62, está tentando demonstrar que a Naspers é mais que um fundo gigante de capital de risco construído sobre um único investimento muito bem-sucedido.

Os mercados quase não concedem valor às outras divisões da companhia, como a maior rede de TV paga da África e os investimentos em dezenas de outras startups.

Investimentos

Utilizando dinheiro da divisão de TV paga, que foi fundada na década de 1980, Bekker começou a investir fundos em mais de cem empresas de tecnologia do mundo inteiro.

A maioria dessas apostas perdeu dinheiro: lojas virtuais na África tiveram que ser fechadas e a empresa sofreu um prejuízo de US$ 80 milhões com um provedor de serviços de internet da China.

Quando a Naspers comprou metade da Tencent em 2001 (desde então, a participação foi diluída para 34 por cento), a companhia chinesa era um agente incipiente em um país com um uso mínimo da internet. Hoje, mais de um bilhão de pessoas utilizam os serviços de mensagens da Tencent, como o WeChat. No dia 13 de maio, a empresa informou lucros recordes de sua vasta gama de divisões on-line.

Uma transação com o portal russo Mail.ru Group Ltd. foi outro sucesso, embora menos espetacular. A Naspers comprou 30 por cento em 2007 por US$ 165 milhões; sua atual posse de 29 por cento está avaliada em cerca de US$ 1,6 bilhão, mas as ações se desvalorizaram quase um terço desde o começo da crise na Ucrânia.

A Naspers é a maior empresa da África por valor de mercado, avaliada em cerca de US$ 66 bilhões.

Suas ações subiram mais de 500 por cento desde 2010, em grande parte graças à Tencent, e esse crescimento permitiu que seu presidente adquirisse alguns dos símbolos da super-riqueza tecnológica.

Agora Bekker tem uma fortuna de uns US$ 2,5 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index, e ele e a esposa passam grande parte do tempo em Babylonstoren, uma extensa fazenda e hotel de luxo do século 17° que eles possuem nas vinícolas do Cabo.

Visão

Mais perto do seu país, a empresa de TV paga da Naspers está se preparando para ataques da Netflix Inc. e da Apple Inc.

Isso obrigará a companhia a investir em aplicativos móveis para oferecer conteúdos de forma mais ampla em uma região onde as conexões de linha fixa de alta velocidade são raras e a descobrir meios de vender filmes a consumidores pobres sem deixar de lucrar.

Uma desaceleração constante reduziria a contenção da Naspers contra más apostas em startups.

A visão de Bekker é que a Naspers se torne uma empresa de comércio eletrônico com presença líder nos lugares onde os colossos americanos da tecnologia ainda não se concentraram.

Embora reconheça que esse é um jogo difícil, ele argumenta que o apetite de consumidores e empreendedores na Índia, na China, na África e na Europa Oriental oferece amplas oportunidades para quem estiver disposto a esperar que suas apostas deem frutos.

“O comércio eletrônico não é um negócio para enriquecer rapidamente”, disse Bekker. “É preciso uma boa dose de paciência”.

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