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Após caso Merkel, EUA e Alemanha discutem cooperação de inteligência

A promessa seria algo incomum por parte dos EUA, mas seria algo fácil para o governo Obama realizar

merkel-obama (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2013 às 06h00.

Após revelações de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos grampeou o celular da chanceler alemã, Angela Merkel, Washington e Berlim estão discutindo novas regras para os contatos entre seus órgãos de espionagem, segundo autoridades norte-americanas e europeias.

Funcionários alemães graduados, incluindo os chefes do BND, serviço alemão de inteligência estrangeira, e da BfV, agência encarregada da inteligência doméstica, se reuniram no último fim de semana com o governo Obama e com funcionários de inteligência dos EUA para discutirem como reformular a cooperação bilateral.

Atuais e ex-funcionários dos EUA familiarizados com os programas de espionagem dizem que os EUA provavelmente estariam dispostos a aceitar algum tipo de promessa - pública ou privada - de que agências norte-americanas não realizarão espionagem industrial ou comercial contra alvos alemães.

Essa promessa seria algo incomum por parte dos EUA, mas seria algo fácil para o governo Obama realizar, pois as regras que regulamentam o funcionamento da NSA e de outras agências já proíbem a espionagem para fins comerciais.

Porém, os EUA estariam bem menos dispostos a fazerem a mesma promessa a outros aliados, especialmente a França, que tem grandes empresas estatais e uma reputação de agressividade na questão da espionagem industrial, segundo fontes oficiais dos EUA e da União Europeia.

A visita a Washington de funcionários alemães ocorre após a revelação feita pela imprensa alemã, com base em informações vazadas pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden, de que a NSA monitorou o celular de Merkel. Os EUA garantem que atualmente não espionam Merkel, mas não negam que isso tenha ocorrido no passado.

Uma fonte oficial europeia disse que Merkel não ficou particularmente abalada com as revelações, pois admitiu que seu celular era um meio inseguro, e que por isso sempre foi discreta ao usá-lo.

Mas a repercussão do episódio e outras revelações da mídia alemã com base no material de Snowden - incluindo a suposta espionagem da NSA contra a ONU e a UE - levaram autoridades alemãs a solicitarem consultas urgentes com seus homólogos norte-americanos, a fim de revisar as regras para a cooperação entre os serviços de inteligência.

Autoridades dos EUA e da Alemanha estão trabalhando em um acordo secreto para governar o cotidiano dos contatos entre as agências de inteligência de ambos os países, segundo uma fonte europeia.

Caitlin Hayden, porta-voz da Equipe de Segurança Nacional da Casa Branca, não quis comentar detalhes das negociações.

"Estamos abertos a discussões com nossos parceiros e aliados próximos a respeito de como podemos coordenar melhor nossos esforços de inteligência, mas não vou entrar em detalhes sobre nossas discussões diplomáticas."

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