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Aos 30 anos, Apple está na sua melhor forma

Durante anos, a empresa de Steve Jobs foi motivo de piada no mercado. Agora, aos 30 anos, a Apple mostra que é capaz de fazer dinheiro sem perder a fama de moderninha

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h19.

Para Steve Jobs, um dos fundadores e hoje CEO da Apple, o aniversário de 30 anos da companhia tem um certo gosto de vingança. Como manda a tradição no mundo da tecnologia, a empresa nasceu pequena, de uma experiência de três jovens, em 1º de abril de 1976. Durante anos, foi motivo de piada no mercado, com seus computadores metidos a funcionar apenas com um sistema operacional próprio. Trinta anos depois, a piada perdeu o sentido: hoje as ações da Apple valem 70 vezes mais do que valiam há três anos. Quem ri, agora, é Steve Jobs.

No ano fiscal de 2005, a empresa faturou 13,9 bilhões de dólares, o que representa um crescimento de 68% sobre o ano anterior. Foi o melhor resultado de seus 30 anos. O lucro líquido subiu 384%, fechando o período com 1,3 bilhão de dólares.

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O conceito básico da Apple é que nada é apenas funcional. Um computador é uma máquina de trabalho - por que não transformá-lo em objeto de decoração? Um tocador de música é sinônimo de diversão - e por que não também de status? A Apple, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, é também a rainha do design - e por que não dizer do marketing?

Os Macs, criados em 1984 e aprimorados desde então, foram apenas um prenúncio do que estava por vir. Os computadores coloridos da Apple criaram uma legião de fãs, mas em função de seu preço proibitivo ficaram confinados a um grupo restrito de consumidores mais exigentes. Foi com o iPod que a Apple realmente caiu na boca do povo. Cerca de 80% dos aparelhos vendidos hoje têm a marca da maçã. Desde que o primeiro iPod chegou às prateleiras, em 2001, já foram comercializadas mais de 40 milhões de unidades.

Novos rivais

Como em negócios tudo funciona em cadeia, a febre dos aparelhos levou a Apple a transformar seu software de edição de músicas, o iTunes, em um serviço online para venda de canções no varejo. O serviço revolucionou o mundo da música digital, vendendo mais de 1 bilhão de canções até hoje.

Com isso, a Apple deixou de ser apenas uma fabricante de tecnologia para invadir o mercado de serviços. De quebra, ganhou novos inimigos. Além da arqui-rival Microsoft, o sucesso do iTunes está incomodando também os gigantes da indústria fotográfica. No ano passado, as gravadoras acusaram Jobs de estar vendendo músicas online com preços muito baixos. Jobs rebateu, chamando-as publicamente de "gananciosas".

Os analistas acreditam que esse é apenas o começo para a Apple. Segundo eles, o sucesso do iPod despertou a curiosidade do consumidor comum pela empresa e há uma forte possibilidade de que eles descubram ou que fiquem atentos a outros produtos da marca.

O sucesso, porém, tem seu preço. O iTunes, por exemplo, está na mira da justiça francesa. Um projeto de lei aprovado pela Assembléia Nacional quer acabar com o monopólio das empresas sobre a venda de músicas pela internet. Se aprovada, a lei permitirá que as músicas baixadas da internet "rodem" em qualquer tocador de MP3. Seria o fim da dupla exclusiva iPod-iTunes. Em vez de mudar seu modelo de negócios, a Apple pode simplesmente optar por sair do mercado francês. De qualquer forma, analistas acreditam que este seria um baque muito forte sobre uma empresa tão bem vista pelo público como a Apple. E a última coisa que Steve Job quer ver sua empresa transformar-se em uma Microsoft.

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