Agência tentou contratar youtubers para desacreditar vacinas contra covid
O esquema organizado por empresa de marketing russa pode ter fechado acordo com um influenciador brasileiro
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2021 às 17h41.
Última atualização em 26 de julho de 2021 às 19h17.
Influenciadores digitais, que produzem conteúdos para o Youtube e Twitch , foram abordados por uma agência de marketing com a proposta de que disseminassem informações falsas sobre vacinas contra a covid-19 , por meio de um contrato publicitário.
Segundo uma reportagem feita pela BBC, os contatos com os influenciadores de diferentes nacionalidades começaram a partir de um e-mail enviado em maio deste ano. A revelação surgiu dos próprios youtubers, que fingiram estar interessados no convite e obtiveram detalhes.
Com o aceite, a agência de marketing Fazze enviou o roteiro no qual pedia que fosse dito em vídeo que ‘informações vazadas mostravam que a vacina da Pfizer tinham uma mortalidade três vezes maior do que quem tomou os imunizantes da AstraZeneca’.
Em uma das ofertas, a agência ofereceu uma compensação de dois mil euros (cerca de 12 mil reais) pela participação na “campanha”.
No esquema, contudo, há um brasileiro citado. Trata-se do youtuber de ‘vídeos de pegadinhas’ Everson Zoio, de 3 milhões de seguidores. Ele chegou a produzir ao menos 2 vídeos comentando teorias da conspiração sobre vacinas.
Um foi apagado de seu canal, mas em outro, resgatado em uma página que reproduz trechos de podcasts, Everson afirma existir uma base secreta onde o imunizante da AstraZeneca é preparado.
Cliente misterioso
Ao investigar a origem do pedido, a BBC descobriu que a Fazze faz parte de uma outra empresa, a AdNow, que tem sede em Moscou, na Rússia, e registros no Reino Unido. No entanto, os executivos da agência não souberam informar detalhes sobre a ação com os influenciadores.
França e Alemanha iniciaram investigações policiais para tentar descobrir quem foi o cliente secreto que contratou o serviço. Para as autoridades da Alemanha, o governo russo é o principal suspeito, sugerido que o país tenta desacreditar outras fabricantes para promover a Sputnik V.