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A assombrosa piscina que filtra água em Nova York

Uma 'piscina' filtrará, através de suas paredes, as bactérias e poluentes do East River de Nova York.

piscina (EFE)

piscina (EFE)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 08h31.

Uma piscina de tamanho olímpico e com forma de um gigantesco sinal positivo flutuará sobre o East River da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, ajudando a limpar as pouco cristalinas águas deste rio e apresentando um original lugar onde tomar um banho no verão. Se tudo sair segundo o previsto, os nova-iorquinos e seu meio ambiente começarão a desfrutá-la em 2016.

A Additional Pool (+P) ou 'Piscina Adicional', projetada por Dong-Ping Wong, Archie Lee Coates IV e Jeffrey Franklin, pode fazer com que os nova-iorquinos mergulhem pela primeira vez em cem anos em águas limpas dentro do estreito fluvial que conecta o Porto de Nova York com a ilha de Long Island, segundo a revista "TIME", que designou esta futura obra como uma das 25 melhores invenções de 2013 (www.pluspool.org).

O exclusivo sistema de filtragem desta piscina, cujo orçamento está calculado inicialmente em US$ 15 milhões, limpará as águas enquanto flutua sobre elas, e sua característica forma com o sinal positivo possibilita que haja diferentes alas, separadas umas das outras, e destinadas a diferentes atividades.

Pode entrar em funcionamento em 2016

Esta piscina flutuante de filtrará mais de 500 mil galões (quase 2 milhões de litros) de água do rio por dia, contribuindo para a limpeza dos canais da cidade e deixando no interior do recinto de natação água fluvial limpa e despoluída.

Este projeto, que segundo seu trio de projetistas foi iniciado com a ambição de melhorar o uso dos recursos naturais da cidade e proporcionar a seus habitantes uma forma segura para nadar em suas águas, contará com "quatro piscinas em uma", duas delas destinadas a crianças e duas a adultos.

A Additional Pool está sendo financiada em parte mediante a "kickstarter", uma plataforma na internet destinada a obter fundos para projetos criativos através das contribuições econômicas de uma multidão de doadores. Já foram obtidos mais de US$ 300 mil.

Para Franklin, Coates e Wong, esta bem-sucedida arrecadação de fundos e o enorme apoio do público e diversas associações demonstram que estão indo "na direção correta".

Seus criadores aspiram que a "+ POOL" esteja em operação no verão de 2016, depois que terminem de testar seu sistema de filtragem, finalizem o desenvolvimento do projeto e passem pelo longo e árduo processo de obtenção das autorizações municipais e estaduais que são requeridas para abrí-la ao público.

Entre outros avanços efetuados até agora, os impulsores deste projeto analisaram o impacto ecológico da piscina para conseguir aumentar ao máximo seus benefícios para a natureza, testaram diferentes materiais de filtragem e aprenderam muito sobre enterococos, coliformes fecais e outros micróbios presentes nas águas do East River.

Ao longo de 2014, os criadores da Additional Pool preveem iniciar um laboratório flutuante que porá a toda prova as membranas de filtragem em condições reais dentro do rio e ajudará a entender como se comporta o sistema de filtragem durante as quatro estações do ano.

Uma obra amiga do Meio Ambiente

Para seu trabalho, estes três especialistas contam com a colaboração de importantes centros e consultores de pesquisa e desenvolvimento de arquitetura, engenharia e tecnologias como ARUP, PROJETO, o Observatório da Terra Lamont-Doherty da Universidade de Columbia, os arquitetos navais Persak e Wurmfeld e a empresa especializada em filtragem Mackworth.

Franklin, Coates e Wong admitem que já existem outras piscinas flutuantes no mundo, mas "nenhuma delas filtra as águas nas quais flutua". Entre suas favoritas, que levaram em conta para desenhar sua obra, figuram as de Josephine Baker, em Paris (França); a das ilhas Brygge, em Copenhague (Dinamarca); e a Badeschiff, situada junto a um estádio em águas do rio Spree, em Berlim (Alemanha).

Seus projetistas asseguram que a +P permanecerá submissa ao leito do rio mediante um sistema que permitirá subir e descer com as marés e as ondas, e se deslocaria lentamente sobre as águas se for necessário, além de passar por situações mais difíceis, como os furacões que, periodicamente, castigam Nova York, para estar a salvo do impacto de diversos resíduos perigosos que possam se movimentar pelo rio durante uma grande tempestade.

Uma das opções que se ventilam para reciclar os materiais que fiquem da filtragem das águas, é sua captura em cartuchos que possam ser tirados e levados para estações de tratamento de resíduos para reaproveitá-los em pântanos flutuantes e recifes de ostras.

Para Franklin, Coates e Wong, uma vez que estejam superados os desafios tecnológicos, econômicos e administrativos que representam a +P e, uma vez que esta obra passe de ser um audaz projeto a um marco real, o último obstáculo será convencer os nova-iorquinos.

"Se dissermos ao povo que há um lugar retangular e seguro para nadar, isto mudará completamente a forma como entendem estas águas nova-iorquinas. É uma mudança psicológica tão enorme que teremos que demonstrar, fidedignamente, que é possível", assinalou Dong-Ping Wong, ao "Commercial Observer".

 

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