30 anos de Windows: veja como o sistema mudou
O software da Microsoft completa 30 anos em 2015 e ele percorreu um longo e lento caminho até se transformar no Windows 10. Veja como foi sua evolução
Lucas Agrela
Publicado em 20 de novembro de 2015 às 17h01.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h25.
São Paulo – O Windows passa, a partir de hoje, a ser um trigenário. A primeira versão do sistema foi apresentada pela Microsoft em 1985 e chegou somente a "usuários sérios", segundo Bill Gates . Atualmente na edição 10, o software teve versões de sucesso, bem como edições que não tiveram boa aceitação de público e crítica. A maior mudança visual aconteceu do bem-sucedido Windows 7 para o 8, com a investida da Microsoft nos notebooks com telas sensíveis ao toque – o que deixou um tanto confusas e insatisfeitas as pessoas com computadores com displays comuns. Confira a seguir como o sistema evoluiu ao longo dos últimos 30 anos.
A segunda versão do sistema da Microsoft foi lançada oficialmente em 9 de dezembro de 1987. A grande novidade, em termos de interface, é que passou a ser possível sobrepor janelas e utilizar atalhos de teclado para agilizar a realização de pequenas tarefas. Fora isso, também dava para mexer no layout da tela, caso necessário. O sistema foi criado com base no processador Intel 286, de 6 MHz. O PC que tinha esse chip também contava com 10 MB de HD, a RAM variava de 256 KB a 2 MB e ele podia usar disquetes de 1,2 MB. A versão seguinte do processador, chamada Intel 386, foi lançada pouco tempo depois, assim como o Windows/386, que tirava proveito dos recursos de memória estendida, de acordo com a Microsoft. Estas versões do Windows começaram a dominar os escritórios em 1988.
Essa versão do sistema da Microsoft foi uma das mais bem-sucedidas até então. Vendida em disquetes, ela atingiu a marca de 10 milhões de unidades comercializadas em seus primeiros dois anos no mercado. Ela chegou em 22 de maio de 1990 com diversas melhorias. A mudança mais significativa do sistema foi visual. O Windows 3.0 foi quando o software tomou a forma pela qual ficou conhecida na década de 1990. Além disso, também chegaram alguns elementos familiares para quem conhece bem o Windows: o Gerenciador de Programas, o Gerenciador de Arquivos e o Gerenciador de Impressão foram lançados para facilitar a maneira de interagir com o PC. A performance gráfica também melhorou gracas à Memória Virtual. Não à toa, foi que a Microsoft apresentou ao mundo os populares joguinhos Campo Minado, Paciência e Espadas. Mais programas começaram a surgir nessa época porque a Microsoft disponibilizou um kit de ferramentas para desenvolvedores.
O NT chegou três anos mais tarde, em 27 de julho de 1993. Nas palavras de Bill Gates: "O Windows NT representa nada menos do que uma mudança fundamental na forma como as empresas podem cuidar de suas necessidades de computação comercial". O que ele quis dizer é que o Windows ganhou suporte para programas mais avançados e científicos, já que o sistema passou a ser 32 bits, o que lhe permitia lidar com instruções mais complexas.
A partir de 24 de agosto de 1995 foi quando a Microsoft começou a ver o seu sistema invadindo diversos domicílios e empresas. Só nas primeiras cinco semanas após o lançamento, a empresa tinha vendido 7 milhões de cópias. O Menu Iniciar tomou forma e ajudou a encontrar programas com mais facilidade. A Barra de Tarefas do sistema também apareceu pela primeira vez, assim como a possibilidade de minimizar, maximizar e fechar janelas com um clique. Os requisitos mínimos do Windows 95, que era vendido em CD-ROM ou em disquetes, era um processador 386DX e 4 MB de RAM.
O sucessor do Windows 95 foi software incremental, que melhorou a gestão geral do sistema, como, por exemplo, a agilidade na abertura e no fechamento de programas. Desde 25 de junho de 1998, conhecemos a Barra de Início Rápido e podemos usar dispositivos USB e reproduzir discos DVD no Windows. Um curiosidade: este é o último Windows baseado no MS-DOS.
Ainda usado pela marinha dos Estados Unidos, o XP foi uma edição totalmente redesenhada do Windows, que lhe deu o ar de modernidade que faltava. Rápido, estável e intuitivo, o XP tinha versões simples e funcionais dos programas básicos de um sistema operacional. O Windows Media Player, por exemplo, era um tocador de músicas e vídeos com ótimo desempenho – apesar de ter uma biblioteca de codecs pré-instalada relativamente pequena. O editor de vídeos Windows Movie Maker foi outro software muito bem aceito pelos usuários de PCs, mesmo sem ter grandes recursos.
Na difícil tarefa de ser o sucessor do Windows XP, a Microsoft investiu, em 2006, na criação de recursos mais voltados para empresas do que para os consumidores domésticos. Menos estável do que o anterior, o sistema se destaca pelos recursos de proteção de dados. Isso porque foi no Vista que a Microsoft trouxe a criptografia de unidade de disco BitLocker, que protegia os dados do usuário em um compartimento seguro do HD. O Windows Media Player ganhou suporte para sinal de TV e edição de vídeos.
Avaliado por 8 milhões de pessoas antes do seu lançamento em 22 de julho de 2009, o Windows 7 conseguiu uma aceitação muito grande e, em 2014, era o sistema mais usado do mundo, estando presente em 50,3% dos computadores. Além da melhoria da interface, baseada no Windows Vista, o software traz inovações aos usuários. Alguns exemplos são o suporte para reprodução de discos Blu-Ray e a possibilidade de interagir com o sistema com toques.
O Windows 8 marca a maior mudança de interface e usabilidade do sistema da Microsoft. Em 2012, a empresa apostou todas as fichas nas telas sensíveis ao toque e pensou a navegação principal com base em gestos. A interface clássica ainda estava lá, mas o Menu Iniciar desapareceu – e muita gente não gostou disso. O software traz pela primeira vez a loja de apps da Microsoft, a Windows Store.
O sucessor do Windows 8 trouxe várias melhorias. As que mais se destacam são o buscador Bing, que mostra resultados de pesquisas no PC e na web e um botão iniciar (não um menu) que alterna entre as interfaces Modern e a tradicional. Chegam também nesta edição os aplicativos nativos Bing Receitas e Bebidas e o Bing Saúde e Bem-estar.
O Windows 10 marca uma mudança na visão de negócios da empresa. Em vez de ser pago, o sistema é oferecido gratuitamente aos consumidores por um ano, desde o seu lançamento, em 29 de julho de 2015. Atendendo a pedidos, o Windows 10 traz de volta o Menu Iniciar e a Microsoft parece ter percebido que uma versão para tablets e uma para PCs eram necessária. Com esse insight, a empresa colocou um recurso de software que nos permite transitar entre as duas interfaces quando necessário. Nessa versão, voltou também o joguinho Paciência, ainda que em uma versão modernizada. Outra novidade foi a chegada da assistente pessoal Cortana, que nasceu no Windows Phone. Ela pode realizar algumas tarefas obedecendo a comandos de voz do usuário. O Internet Explorer perdeu o posto de navegador principal (apesar de ainda poder ser acessado) para o reformulado Microsoft Edge. Entre as melhorias de estabilidade e interface, o browser também terá suporte para extensões, algo que ajudou a popularizar os concorrentes Chrome e Firefox. Para o Windows 10, a Microsoft tem uma missão ambiciosa: estar em 1 bilhão de dispositivos até 2018. No primeiro mês após o lançamento, ele estava presente em 75 milhões de aparelhos.