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Bradesco diz que pode lançar crédito imobiliário com IPCA, mas cita riscos

Declaração ocorre depois que a Caixa anunciou que vai oferecer taxas de juros atreladas ao IPCA, inflação oficial do país, para contratos de 360 meses

Bradesco: banco deu declaração após anúncio da Caixa sobre crédito imobiliário com IPCA (Pilar Olivares/Reuters)

Bradesco: banco deu declaração após anúncio da Caixa sobre crédito imobiliário com IPCA (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de agosto de 2019 às 19h15.

Última atualização em 20 de agosto de 2019 às 20h36.

O diretor executivo e de Relações com Investidores do Bradesco, Leandro Miranda, disse que o banco não teria nenhum problema de oferecer crédito imobiliário com taxas baseadas no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como referência. O problema é se o mutuário gostaria de assumir o risco inflacionário por um período tão longo.

Nesta tarde, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou que a Caixa vai oferecer taxas de juros atreladas ao IPCA, inflação oficial do País, para contratos de 360 meses. A Caixa e o Bradesco brigam pela liderança dos financiamentos imobiliários, segundo o executivo.

Ele questiona se 12 anos atende o cliente, já que o valor da prestação ficaria elevada, e, no caso da oferta de 20, 30 anos, como é mais comum para o crédito imobiliário, o mutuário gostaria de se comprometer com a inflação por um período tão longo. Mesmo no prazo de 12 anos, segundo Miranda, que ainda não havia tomado conhecimento diretamente do anúncio da Caixa, haveria um risco inflacionário que o brasileiro talvez não queira tomar.

"Para nós, bancos, faríamos sem problemas, mas não sei se o cliente gostaria de 12 anos. Para nós acho viável porque tem proteções de inflação através de derivativos. Se quiser transformar a taxa em fixa você tem possibilidade de securitizar essa carteira de 12 anos junto a fundos de pensão e companhias de seguro. Mas atende o consumidor?", questiona Miranda.

"Vamos primeiro entender o regulamento (anunciado nesta terça). Nós temos capacidade de prover todo e qualquer produto bancário no Brasil, se tiver demanda a gente pode fazer a inflação por 12 20, 30 anos", afirmou o executivo. "Não temos necessidade de limitar a 12 anos porque temos capital robusto", concluiu.

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