Ribeiro: o acordo com o FMI dará mais garantia ao investidor (Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2018 às 05h00.
Última atualização em 24 de maio de 2018 às 05h00.
O empresário argentino Manuel Ribeiro, de 69 anos, preside a quarta maior rede de varejo de eletrodomésticos e móveis do país, a Ribeiro, com 89 lojas e 2 100 funcionários. Na entrevista a seguir, ele afirma que a crise cambial e a inflação alta da Argentina não alteram seus planos de negócio.
A crise cambial levou o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, a declarar que o país vai ter mais inflação e menos crescimento econômico neste ano. Essa situação muda os planos de sua empresa?
A questão cambial é claramente um fenômeno transitório. O que estamos vendo agora, com a alta do dólar, é um fenômeno principalmente financeiro, que não afetou as lojas. Não vimos quedas no abastecimento ou no consumo.
Para tentar conter a corrida cambial, o banco central aumentou a taxa de juro para 40% ao ano. Como ficará o consumo nesse quadro?
O governo atual é mais voltado para o investimento do que para o consumo. Mas esses juros tão altos, que nos preocupam, é claro, serão temporários. Viemos de um mercado fechado e agora estamos caminhando para um mercado aberto, e temos de reciclar nossos negócios para a nova etapa. Com a abertura econômica, os preços na Argentina tendem a cair, e isso é bom para o consumo.
O pedido de ajuda da Argentina ao FMI gerou muita polêmica no país. Qual é sua opinião?
Um acordo com o FMI dará mais certeza aos investidores e tornará nossa política econômica mais previsível. O entendimento com o Fundo e com suas auditorias acabará nos levando a fazer o que já sabíamos que era necessário fazer, mas que agora passará a ter de ser feito.
O senhor acha que o governo Macri manterá o chamado “gradualismo” na implantação das mudanças?
O governo está no rumo correto, mas acho que [a turbulência cambial] acabou servindo de alerta para que as mudanças necessárias sejam feitas com mais rapidez. Para isso, é preciso buscar o consenso com vários setores, porque o governo não tem a maioria no Congresso Nacional.