Thiago Lavado
Publicado em 8 de outubro de 2020 às 05h12.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 16h11.
Um artigo publicado no renomado jornal britânico The Guardian causou furor. Tratava-se de um texto escrito por um robô — um algoritmo, mais especificamente — em que a máquina dizia vir em paz. Chamada de GPT-3 (Generative Pre-trained Transformer 3), a tecnologia usada para produzir o artigo é a terceira geração de um algoritmo neural de produção de texto, que permite entender comandos, analisar pedidos e devolver um resultado que simula (muito bem, diga-se) a linguagem humana. O GPT-3 se utiliza de 175 bilhões de parâmetros — espécie de neurônio, que analisa o texto anterior e sugere um novo —, baseados em milhões de artigos online e em repositórios de código. Ele é tão poderoso que foi contratado pela Microsoft, mesmo o gigante contando com uma solução concorrente. Algoritmos baseados em texto estão entre os mais poderosos porque têm uma base de dados significativa, diferentemente de outros campos da inteligência artificial. Apesar disso, são baseados nos textos “lidos”, e não na vida real. “Parece que ele sabe muito, porque leu muito. Mas não tem ideia de como aquilo se relaciona com a realidade”, diz Marcellus Amadeus, especialista em aprendizado de máquina pela Universidade Stanford e diretor na startup Alana AI. O GPT-3 é poderoso, mas ainda está longe de replicar as conexões que o cérebro humano pode fazer.